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O SABADO FOI ABOLIDO?

O SABADO FOI ABOLIDO?

 SITIO MASSAPE E OURICURI

 

 LUCAS 16:16

Esse texto afirma que a Lei de Deus

vigorou apenas até a vinda de João Batista?

 

 

OBJETIVO: Através da análise do contexto bíblico, mostrar  que, em Lc 16:16, Jesus não aboliu a lei de Deus, e, por isso, os salvos por ele não estão desobrigados de a praticarem.

 

TEXTO BÁSICO: A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de

Deus, e todo homem emprega força para entrar nele. (Lc 16:16)

 

INTRODUÇÃO: Nos estudos , explicamos os textos da Bíblia que mais causam polêmica,

A partir de agora, passaremos a explicar nove textos sagrados sobre a lei de Deus, cuja expressão maior é os Dez Mandamentos, a fim de provarmos que ela, a exemplo da abstinência, não foi

abolida por Cristo.

 

É fato que a maioria das discussões cristãs sobre a lei de Deus é marcada por extremos:

de um lado, os legalistas (a favor da lei) afirmam que a salvação é conseguida somente

pela guarda dos mandamentos; de outro, os antinomistas (contra a lei) afirmam que a salvação é conseguida sem a guarda dos mandamentos. De seu lado, o legalismo

enaltece a lei e despreza a graça; por sua vez, o antinomismo enaltece a graça e

despreza a lei. Nos extremos em que se colocaram, ambas as visões estão afastadas da

verdade do evangelho de Cristo.

 

A igreja do Senhor Jesus não pode se posicionar por nenhum desses extremos; ela deve buscar compreender corretamente esses pontos que fazem parte dos fundamentos da

salvação. Por essa razão, é necessário deixar as paixões de lado e assumir a posição de

equilíbrio que a Bíblia apresenta, isto é, que a salvação é adquirida única e exclusivamente

pela graça de Deus, através da fé em Jesus Cristo (At 15:11; Rm 5:15, 11:6; Ef 2:1-10;

Hb 2:9), mas que é um processo: tem início (I Pe 1:3, 18, 4:3), meio (I Pe 1:14-16, 2:1) e

fim (I Pe 1:7, 5:7, 10). Por essa razão é que Jesus dá aos salvos seu eterno poder e os

capacita a obedecer aos mandamentos de Deus (Ap 12:17, 14:12).

 Como contribuição para a busca desse equilíbrio, neste estudo, analisaremos as palavras

de Jesus, em Lc 16:16, à luz do seu contexto, a fim de provarmos que o Deus da graça, o

Salvador Jesus, não invalidou ou aboliu os mandamentos divinos. 

 

I - A INTERPRETAÇÃO ERRADA

 

Os antinomistas afirmam que a lei de Deus foi abolida e usam Lc 16:16 na tentativa de

incutir na mente dos incautos que essa suposta inutilidade da lei divina teria sido feita por

Cristo. Dizem tais pessoas que, se a lei durou até João, os cristãos não lhe estão mais

sujeitos e que, hoje, a graça os isenta de qualquer responsabilidade ou obediência aos

ditames divinos. Segundo o teólogo Linder, o antinomismo... refere-se à doutrina de que

não é necessário aos cristãos pregarem ou obedecerem à lei moral do Antigo

Testamento [e por essa razão] alguns tem ensinado que uma vez que as pessoas são

justificadas pela fé em Cristo, já não tem qualquer obrigação para com a lei moral, por que Jesus os libertou. [1] 

 

Esse ataque à lei divina é fruto de uma má aplicação das regras de interpretação das

Escrituras (hermenêutica), o que leva muitos a concluírem que Jesus estipulou o tempo

determinado para a existência da lei moral, ou seja, que sua validade não ultrapassaria o

ministério de João Batista. Essas interpretações deficientes afirmam que Guardar a Lei

era o alvo máximo do farisaísmo. Mas este não é mais um alvo válido, hoje em dia. A Lei

e os Profetas consistiam em uma fase da história da redenção, que terminou com João,

último profeta daquela era. [2] 

 

E há quem afirme que, em Lc 16:16, Jesus apenas profetizou aquilo que ele iria fazer, na

cruz, após a morte de João, isto é, eliminar o “peso” da lei. Seja qual for a desculpa

utilizada, os antinomistas acabam por demonstrar uma espécie de fobia à santa lei de Deus e procuram reeditar argumentos inconsistentes, na vã tentativa de mascarar a

verdade, o que é impossível, porque tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se

lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar (Ec 3:14). 

 

II - A INTERPRETAÇÃO CORRETA

 

Quando Jesus declarou que A lei e os profetas duraram até João, em hipótese alguma

estava afirmando que a Lei de Deus e as profecias do Antigo Testamento haviam chegado ao fim. Quando analisamos o contexto imediato e amplo, percebemos que, desde 14:7, Lucas apresenta Jesus contando parábolas sobre a entrada dos pecadores no Reino de Deus. No capítulo 16, Cristo conta a parábola do administrador infiel, para condenar o mau uso das riquezas no seu Reino. Os fariseus murmuravam contra essa visão ética de Cristo, porque eles usavam o poder econômico com motivações erradas, isto é, davam esmolas aos pobres para serem bem-vistos pelos homens, seguros de que, agindo

assim, estavam cumprindo a Lei e os Profetas e assegurando seu lugar no Reino do Pai.

Porém, o Senhor Jesus mostrou que eles estavam enganados sobre a visão que tinham

de Deus e de seu reino (Mt 6:1). Até aquele momento, os judeus conheciam a Deus

através da Lei (especialmente o Pentateuco – Gênesis a Deuteronômio) e dos escritos

proféticos. No Antigo Testamento, estavam descritas todas as alianças que Deus fizera

com Israel, para que esse povo fosse a luz para as nações, a porta de entrada do mundo

no Reino de Deus (Is 42:5-7). Mas eles se fecharam num exclusivismo rígido, porque

interpretaram sua eleição como uma questão de merecimento, a ponto de odiarem os

outros povos. Falharam, quebraram os acordos contidos na Lei; então, Deus levantou os

profetas para denunciar a falha de Israel, chamá-lo ao arrependimento e anunciar que

faria um novo e definitivo acordo que proporcionaria ao mundo inteiro condições de acesso direto ao reino de Deus, através do Messias. 

 

O período em que Israel teve a oportunidade de ser o instrumento de Deus para salvar o

mundo passou pela Lei (com Moisés), pelas profecias (com os Profetas) e veio até o

precursor de Cristo (João Batista), o homem que introduziu a era messiânica. Foi nesse

contexto que Jesus fez a declaração que ora analisamos. Toda a estrutura teológica do

Antigo Testamento estava a serviço do Messias. 

 

A Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH –captou bem o sentido teológico do

texto, em Mateus 11:13: Até o tempo de João, todos os Profetas e a Lei de Moisés falaram a respeito do Reino. “O Reino” é o próprio Cristo. A Lei e os Profetas falavam de um período que estava começando ali, naquele momento, com Jesus; é ele mesmo quem explica isso: Enquanto ainda estava com vocês, eu disse que tinha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei deMoisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos (Lc 24:44 - NTLH). 

 

Temos outro fator a favor de que Jesus, ao fazer a declaração registrada em Lc 16:16,

não estava invalidando a Lei divina: Ao transpor este texto do grego para o português, na tradução RC da Bíblia, o tradutor fez uma inserção do verbo “durar”, conjugado na terceira pessoa do plural, no pretérito perfeito do indicativo – “duraram” –, ou seja, ele

acrescentou ao texto essa forma verbal, que não consta nos originais. 

 

Dessa forma, entendemos o versículo assim: A lei e os profetas, que foram dados aos judeus, como instrumentos de salvação para o mundo, serviram como instrumento divino para a manifestação do reino, e isso durou até João, que preparou o caminho para o Messias, e este, desde então anuncia definitiva e plena o reino de Deus (cf. Lc 4:43; Mc 1:14-15). Com isso, Cristo não está desprezando a Lei e os Profetas, mas declarando que é superior a todos os instrumentos utilizados até então por seu Pai (a Lei e os Profetas) para conduzir os pecadores ao Reino Celeste. Por isso, afirmou: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14:6). 

 

Ele é o Senhor do Reino; a Lei e os Profetas são servos. Com ele, a porta que os judeus

haviam fechado para os gentios (cf. Lc 13:10-17,24-30, 15:11-32; Mt 23:13) agora está

aberta (Mt 7:8; Jo 10:7-9), e todo homem emprega força para entrar nele [no Reino], isto é, todos os pecadores precisam ter fé exclusiva em Cristo e coragem para vencerem

todos os obstáculos, a fim de entrarem no Reino. 

 

Portanto, em Lc 16:16, Jesus não está abolindo a Lei de Deus; em vez disso, está

afirmando que, até aquele momento, ela era a referência para a entrada no Reino, mas

que, a partir de então, ele é a entrada e a Lei é o padrão da qualidade moral e espiritual

de vida no Reino (Rm 2:12, 14-15; Mc 12:28-31). É por essa razão que Cristo enaltece a

Lei, logo no versículo seguinte: E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til

sequer da Lei (Lc 16:17), e, na seqüência, como símbolo da vigência da Lei, exige

obediência a um dos mandamentos mais quebrados, em todos os tempos: o adultério

(Lc 16:18). Em outras ocasiões, ele exaltou a lei divina declarando que não veio destruí-

la, mas cumpri-la (Mt 5:17); enalteceu os cumpridores da lei, afirmando que serão

grandes no reino dos céus (Mt 5:19); também imprimiu mais rigor à lei, quando afirmou

que a ofensa ao próximo constitui assassinato (Mt 5:21-22) e que o olhar impuro lançado

a uma mulher constitui adultério (Mt 5:27-28).

 

Tivesse a lei de Deus durado somente até João, Cristo não teria mandado o jovem rico

guardar os mandamentos (Mt 19:170), não teria exigido obediência dos escribas e

fariseus (Mt 23:23) e dos seus discípulos (Jo 14:15, 21); Paulo não teria afirmado que os

salvos justificados por Deus são aqueles que estão em obediência a seus mandamentos

(Rm 2:13), que a obediência à lei é a expressão maior da verdadeira fé (Rm 3:31) e que a

lei é santa (Rm 7:21). Este apóstolo, fervoroso defensor da salvação pela graça, declara

que tinha prazer na lei de Deus (Rm 7:22). Bem doutrinado, Paulo sabia que, se não há

mais lei, então não há pecado, pois o pecado é a transgressão da lei (I Jo 3:4; Rm 4:15).

Por isso, a Lei é eterna (Sl 78:7, 111:7-8, 119:96, 160; Is 24:5), é útil no Reino (II Tm

3:16 e 17) e é válida não apenas para os judeus, mas para todos os povos (Sl 105:7; Is

51:4). Todos os escritores do Novo Testamento enalteceram a lei de Deus, porque

sabiam que ela não perdeu sua utilidade a partir de João (Rm 3:9; I Jo 2:4, 22,24; 5:2-3; II

Jo 1:6; Ap 12:17, 14:12). 

 

CONCLUSÃO: Chegamos à inevitável conclusão de que as palavras de Jesus, em Lc 16:16

não oferecem base para o desrespeito à lei de Deus. O que o Senhor disse foi que o

Antigo Testamento (a Lei e os Profetas) atingiu seu objetivo maior na época de João

Batista, o homem que foi movido pelo Espírito Santo para apresentar o Messias ao

mundo. A partir de então, Cristo assumiu o comando da salvação da humanidade, e a Lei

passou a agir como orientadora, visando manter os salvos no Reino de Deus, até o

regresso do Senhor. 

 

Portanto, não podemos ser antinomistas nem legalistas, pois cremos que a salvação é

pela graça, mediante a fé (Ef 2:6-7) e cremos que o salvo demonstra a salvação através

de uma vida de obediência e de boas obras (Mt 3:8; Jo 15:16). Reiteramos que a

obediência aos mandamentos não é o meio para obtermos a salvação, mas é uma

conseqüência da salvação que nos foi concedida (Hb 5:9: Mt 7:21). Por isso, os

adventistas da promessa não têm de ter envergonha de serem defensores da vigência

da Lei de Deus; antes, devem demonstrar sua fé na graça de Cristo, ter prazer de praticar

a lei do Senhor (Sl 119:77) e sempre orar: Abre os meus olhos [Senhor] para que eu

possa ver as verdades maravilhosas da tua lei (Sl 119:18).

 

 Atos 20:7

Esse texto afirma que os apóstolos observavam o domingo como dia de adoração?

 

 

OBJETIVO: Mostrar ao estudante da palavra de Deus que, ao contrário do que muitos

declaram, At 20:7 não ensina que o dia de adoração da igreja primitiva era o primeiro dia

da semana. 

 

TEXTO BÁSICO: No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o

pão, Paulo, que havia de seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o

discurso até meia noite. (At 20:7) 

 

INTRODUÇÃO: Esse é um dos textos bíblicos usados pelos defensores da guarda do

primeiro dia da semana, como dia santificado para a adoração a Deus. Nesta Lição, vamos

colocar a posição daqueles que são contrários à observância do sábado como dia de

adoração e, depois, a posição que realmente o texto ensina. 

O esforço dos escritores de provar a santificação do primeiro dia cai por terra, quando

analisamos os textos apresentados, nos quais nenhuma ordem expressa se acha

declarando ser o primeiro dia separado para o descanso. Nem Jesus, nem os apóstolos

fazem qualquer alusão a essa ordenança. Ela se baseia apenas na suposição de que Jesus

teria ressuscitado no primeiro dia, tornando-se daí em diante, dia de guarda. 

 

I - A INTERPRETAÇÃO ERRADA 

 

Muitos escritores declaram que At 20:7 é uma evidência convincente de que a igreja do

primeiro século adotava o domingo para a adoração a Deus. Essa é a opinião do

comentarista Champlin: Esta passagem é interessante e importante, no que tange aos

primitivos hábitos dos crentes se reunirem para a sua adoração regular em um primeiro

dia da semana. Devemos observar que essa reunião ocorreu em um primeiro dia da

semana, ou domingo e que foi uma reunião formal dos cristãos, para algum propósito, o

que fica demonstrado pelo fato de que tiveram a cerimônia do partir do pão, isto é a Ceia

do Senhor. Essa modificação no dia da adoração — do sábado para o domingo — não

ocorreu por qualquer decreto de um concílio, pelo contrário, verificou-se gradualmente

na prática de todos os dias. [1] Um outro escritor, seguindo a mesmo raciocínio defendido

por Champlin, declara: Não temos nenhum registro explícito de quando nem porque os

cristãos fizeram do domingo o dia especial de seu culto a Deus; mas a inferência clara é

de que assim agiram espontaneamente, pelo fato de Jesus haver ressuscitado nesse dia.

A boa nova da ressurreição de Jesus naturalmente os levou a reunirem-se naquele

memorável ‘primeiro dia da semana’, e novamente estavam reunidos no domingo

seguinte (ver João 20:1 e 26) [2]. Alguns comentaristas ainda interpretam a expressão

“partir o pão” como sendo uma referência ao ágape (festa do amor) ou mesmo à Ceia do

Senhor, ou a ambas. 

 

1. De acordo com a interpretação dos diversos autores, qual seria o dia de adoração da

igreja primitiva e por quê? 

 

2. Como alguns comentaristas interpretam a expressão “partir o pão”? 

 

II - A INTERPRETAÇÃO CORRETA 

 

Em sua terceira viagem missionária, Paulo chega a Éfeso, onde prega o evangelho e

opera prodígios, todos os sábados, na sinagoga. Muitos que viviam envolvidos com o

ocultismo se converteram à mensagem evangélica. Assim,... muitos dos que tinham

crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. Também muitos dos que

seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos,

e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata. (At

19:19-20) 

 

Essas conversões mexeram com as estruturas comerciais da cidade, onde havia o templo

da influente e aclamada deusa Diana. Essa deusa sustentava a rentável indústria da

idolatria, pois vários artífices faziam e vendiam imagens de prata dela. Com a queda nas

vendas, um homem chamado Demétrio realizou uma reunião com os artífices. Explicou-

lhes que os prejuízos comerciais estavam relacionados à pregação do apóstolo Paulo, que

era contrária à idolatria. Se essa pregação continuasse, o comércio e a religião dos

efésios seriam brevemente destruídos (Ef 19:27). 

 

Demétrio provou ser um excelente agitador, pois a resposta dos artesãos foi imediata. O

discurso malicioso de Demétrio despertou a histeria da multidão: 

 

Ouvindo isto, encheram-se de ira e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios! E

encheu-se de confusão toda a cidade. (At 19:28-29) Eles se encontraram no anfiteatro da

cidade e, por duas horas, gritaram: Grande é a Diana dos efésios! Se não fosse a

habilidade do secretário da prefeitura da cidade, que conseguiu dispersar o ajuntamento

popular, o conflito teria acabado em tragédia (At 19:35-40). 

 

Quando terminou aquela confusão, Paulo chamou os discípulos e lhes deu muitos

conselhos. Depois, despediu-se deles e seguiu para a província da Macedônia, região da

Europa, ao norte da Grécia. Ele percorreu aquelas terras, fortalecendo os discípulos com

muitas exortações. Depois dessas viagens macedônicas, Paulo dirigiu-se para a Grécia, e,

provavelmente, em Corinto, ele se demorou três meses, enquanto esperava a estação

apropriada para embarcar rumo à Síria. Mas, quando estava pronto para viajar, soube que

havia uma conspiração por parte dos judeus contra ele. Na última hora, Paulo decidiu

alterar o itinerário: determinou voltar pela Macedônia (At 20:2-3) 

 

Paulo viaja para Trôade – porto que ficava a oeste da atual Turquia. Nessa cidade,

permaneceu sete dias. Stott observa que Lucas relata apenas um acontecimento durante

essa semana em Trôade: o sono, a queda, a morte e a ressurreição dramática de um

jovem chamado Êutico. Mas a história é também instrutiva na área do culto cristão

primitivo, porque aconteceu no contexto de um culto. [3] 

 

Ele diz isso por causa dessa afirmação de Lucas: 

... no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que

havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até a meia-noite. Esse

“primeiro dia da semana” se referia ao sábado à noite ou ao domingo à noite? A

interpretação desse “primeiro dia” depende da maneira como pensamos que Lucas

contava o dia: como os judeus (a partir do pôr do sol) ou como os romanos (a partir da

meia-noite), observa o mesmo Stott. A NTLH optou pelo sábado à noite: 

No sábado à noite nós nos reunimos com os irmãos para partir o pão. Paulo falou nessa

reunião e continuou falando até a meia-noite, pois ia viajar no dia seguinte. No texto

grego, porém, não existe nenhuma expressão que possa ser traduzida por “primeiro dia

da semana”. No Novo Testamento Interlinear, que traduz, rigorosamente, palavra por

palavra, do grego para o nosso idioma, o versículo encontra-se traduzido da seguinte

maneira:  Em, porém, o um dos sábados, tendo conduzido juntos nós quebrar pão, o Paulo

discursava-lhe, estando para ir-se de no sobre a manhã, estendeu ao lado e a palavra até

meia noite [4]. Uma tradução correta do texto grego seria: 

No sábado, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir

viagem no dia imediato exortava-os. 

 

Seguindo essa tradução, concluímos que o culto em Trôade começou durante o sábado,

isto é, antes do pôr-do-sol, e não no domingo à noite, e prolongou-se até a meia-noite.

Um outro fato grave que a tradução do Novo Testamento Interlinear deixa claro é que as

versões RA e RC traduziram erroneamente o versículo. A NTLH seria perfeita, se não

tivesse acrescentado, por conta própria, o “à noite”, logo depois da expressão “No

sábado”. Obviamente, esses problemas de tradução não são produtos de ignorância ou

descuido, pois os que fazem parte das equipes de tradução – que são contra a

observância do sábado, como dia de adoração e descanso - dominam, mais que qualquer

outra pessoa, a língua grega. 

 

Ainda há outra questão que merece explicação. Trata-se da expressão “partir o pão”

que é usada, como vimos no comentário anterior, como referência à Ceia do Senhor.

Essa expressão era usada, naqueles dias, para se referir a uma refeição comum (At 2:46).

Pelo avanço da hora, naquela noite, parece-nos mais tratar-se realmente de uma refeição

comum. Dois outros textos paralelos utilizados pelos defensores do domingo como dia de

adoração a Deus são Jo 20:26 e I Co 16:2. O primeiro texto diz: 

Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles.

Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja

convosco! 

 

Quem disse que esse texto descreve uma reunião de adoração? O que eles estavam

fazendo? Estavam se protegendo ou se escondendo dos judeus. O v. 21 deixa isso claro: 

Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde

estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes:

Paz seja convosco! 

 

O outro texto, o de I Co 16:2, onde lemos: 

... no primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua

prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for também não

serve para defender o domingo como dia de adoração. Ao recorrermos novamente ao

Novo Testamento Interlinear veremos que, nessa passagem, também há problema nas

traduções mais conhecidas:  Conforme um de sábado cada um de vós ao lado de si mesmo coloque entesourado o que quer que se seja encaminhado para que não, quando que vá, então coletas venham ocorrer. 

 

No texto grego, não aparece nenhuma expressão que possa ser traduzido por “primeiro

dia da semana” ou “todos os domingos” (NTLH). Aparece, sim, a palavra grega

sabatou (Verificar Transliteração), cujo primeiro significado alistado no Léxico do Novo

Testamento Grego/Português é “sábado, o sétimo dia da semana, considerado sagrado

pelos judeus “[5] A expressão “em casa” também não consta no texto grego. Logo, a

tradução mais apropriada para o versículo seria: Todos os sábados, cada um de vós

ponha de parte o que puder ajuntar. 

 

Fica claro, portanto, que, realmente, no Novo Testamento, nada consta sobre o domingo

como dia de repouso. Há, todavia, inúmeras informações de que a igreja reunia-se aos

sábados para adoração. O escritor batista Isaltino Coelho Filho, ao comentar sobre o

quarto mandamento, honestamente admite isto: 

... embora estejamos falando do domingo como um dia reservado para o culto

comunitário, entre os cristãos, não temos um mandamento específico, no Novo

Testamento, para adorar a Deus, num dia específico ´´ [6]. 

 

Atos dos Apóstolos, especialmente, registra que os crentes, quer fossem judeus, quer

fossem gentios, tinham o hábito de se reunirem para adoração ou aprendizado sempre

aos sábados:  Mas eles, atravessando de Perge para a Antioquia da Pisídia, indo num sábado à sinagoga, assentaram-se. (At 13:14) Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras. (At 13:42) No sábado seguinte, afluiu quase toda a

cidade para ouvir a palavra de Deus. (At 13:44) Atos 16:13 - No sábado, saímos da cidade

para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos,

falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. - Paulo, segundo o seu costume, foi

procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras. Atos 17:2 18:4.

 Atos 18:4 e 11“Ele discutia todos os sábados na sinagoga, e persuadia a judeus e gregos. E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.

1 ano = 52 sábados

6 meses = 26 sábados

Total = 78 sábados consecutivos.

 Diante de tantas evidências internas, é mais lógico concluir que o dia de culto da

igreja do primeiro século era o sétimo e não o primeiro da semana. 

 

CONCLUSÃO: É maravilhoso quando a Bíblia é estudada à luz da verdade. Dizemos isto,

porque ela mesma nos avisa que muitos a estudam para contradizê-la (Rm 16:17-18; II

Tm 4:3-4). Nesta lição, conhecemos os argumentos contrários à verdade, mas pudemos

saber que a verdade surge absoluta quando comparada com os ensinos contraditórios.

Agradeçamos a Deus pela luz que temos da verdade e que ela continue iluminando o

nosso caminho na vida cristã. Continue estudando e aprendendo com a Bíblia. 

 

COLOSSENSES 2:14

Esse texto prova que a guarda do sábado foi cancelada na cruz de Cristo?

 

 

OBJETIVO: Mostrar o real sentido do que Paulo diz, em Cl 2:14, para que

seja fortalecido na fé, através da prática dessa verdade.

 

TEXTO BÁSICO: ... tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava

de ordenanças, o qual nos era prejudicial removeu-o inteiramente, encravando-o na

cruz. (Cl 2:14)

 

INTRODUÇÃO: Dando continuidade à nossa tarefa de explicar corretamente alguns textos

sagrados referentes às doutrinas bíblicas, analisaremos Cl 2:14, texto que, segundo alguns cristãos, anula a guarda do sábado no sétimo dia. Ao estudá-lo, dentro do seu contexto, entretanto, constataremos que o quarto mandamento da lei de Deus não foi cancelado na cruz de Cristo. Tal verdade já ficou evidenciada na lição número 6, quando vimos o tratamento

respeitoso que o Mestre Jesus e seus discípulos deram a esse dia, tratamento este que

deve ser imitado por todos os cristãos na face da terra, a fim de que tenhamos cumprida

a promessa que nos diz: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o

que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e

me manifestarei a ele. (Jo 14:21)

 

I – A INTERPRETAÇÃO ERRADA

 

Alguns cristãos interpretam Cl 2:14 como uma declaração geral de Paulo a respeito dos

efeitos da obra de Cristo na cruz, em relação à Lei, ou seja, com seu sacrifício, o Senhor

Jesus teria cancelado todas as ordenanças, todos os rituais, todos os preceitos que eram

como sombra da obra gloriosa que realizara no Calvário, incluindo, nesse cancelamento,

preceitos da Lei Moral, os Dez Mandamentos, especialmente a guarda do sábado no

sétimo dia da semana. Em razão desse suposto cancelamento, os cristãos ficaram

desobrigados de se subordinarem a esses preceitos divinos. Essas pessoas entendem

que Cristo anulou a Lei, e com isso, trouxe a liberdade tão sonhada e esperada aos seres

humanos; afirmam, ainda, que o ministério da graça manifestado por Jesus é

incompatível com qualquer tipo de compromisso com a Lei de Deus, que chamam de “lei

de Moisés”.

 

Outro fator a ser considerado é o levantado sobre a Lei Moral e a Lei Cerimonial. É

verdade que nem uma nem outra lei recebe escrituristicamente tais designações, dentro

da Bíblia Sagrada; entretanto, é bom lembrarmos que o fato de isto não aparecer na

forma escrita, não invalida sua essência, pois o princípio claro nos mandamentos escritos

por Deus, nas tábuas de pedra, são princípios morais e eternos, ao passo que grande

parte dos escritos que Deus mandou Moisés escrever contem princípios cerimoniais,

militares, civis, ou seja, preceitos circunstanciais, transitórios, etc. Estamos convictos de

que nenhum cristão fiel às Escrituras se oporia a veracidade da doutrina da Trindade pelo

simples fato de tal nomenclatura não fazer parte da escrita bíblica; porém, o que importa,

em ambos os casos, é a essência da qual derivam as suas definições.

 

A verdade por trás de todo esforço empreendido no sentido de desobrigar os cristãos do

compromisso integral para com os Dez Mandamentos de Deus, afirmados por Cristo na

Nova Aliança visa tão somente enfraquecer um único desses preceitos: a vigência do

santo sábado do Senhor como um dia instituído por ele para que suas criaturas, em

todos os tempos e lugares tenham um dia separado para adoração, para se recordarem

de seu Criador e reconhecerem nele o Senhor Libertador, absoluto na história e digno de

ser obedecido por seus servos, por meio da graça de Cristo. Entretanto, apesar dos

ventos contrários, a graça de Cristo faz que nossos corações anelem pela Lei de Deus e

nosso interior suspire por sua vontade, verdade esta que levou o salmista, séculos atrás,

a declarar: Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom

Espírito por terreno plano (Sl 143:10); e que moveu o apóstolo João a dizer: Porque este

é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não

são penosos (I Jo 5:3).

 

II – A INTERPRETAÇÃO CORRETA

 

Antes da interpretação propriamente dita, é importante conhecermos o contexto geral da

epístola aos Colossenses, cuja autoria é atribuída ao apóstolo Paulo, pela maioria dos

teólogos. Cria-se, todavia, desde os tempos mais antigos, que esta epístola havia sido

escrita em Roma, com as epístolas aos Filipenses, Filemom, I e II Timóteo e Tito, no

período em que o apóstolo Paulo esteve aprisionado naquela cidade; entretanto, a linha

de pensamento que hoje prevalece entre os estudiosos é a de que tais epístolas possam

ter sido escritas por Paulo em uma de suas prisões, como no caso de Cesaréia ou Éfeso.

 

Algumas passagens nesta carta (Cl 1:4, 2:1) deixam evidente que Paulo não conhecia a

maioria dos crentes de Colosso, o que dificilmente o credenciaria para ser reconhecido

como o fundado da igreja naquela localidade. Colosso era uma cidade que pertencia à

província romana da Ásia e é possível que o evangelho a tenha alcançado durante o

período em que o apóstolo Paulo esteve evangelizando a cidade de Éfeso (At 19:10),

fazendo, possivelmente, com que, através de Epafras, que era cidadão colossense, a

mensagem de Cristo chegasse à cidade de Colosso (Cl 1:7, 4:12).

 

Se retrocedermos ao cenário da religiosidade cristã, nos tempos do apóstolo Paulo,

iremos encontrá-lo envolvido, dividido e bombardeado por algumas correntes destoantes

do genuíno evangelho de Cristo, que procuravam encontrar simpatizantes para suas

teorias. A jovem igreja que se instalara na cidade de Colosso, assim como as igrejas da

Galáxia, de Éfeso e Roma, dentre outras, muito sofria pelas divergências internas

promovidas por judeus recém-convertidos ao Cristianismo, mas com enormes

dificuldades em se desligarem completamente do antigo modo de vida ritualista que

mantinham no judaísmo. Como se isto não bastasse, tentavam impor o mesmo modo de

vida aos cristãos daquela localidade. 

 

Hoje, temos séculos de Cristianismo, que nos proporcionaram experiência e maturidade

para fazermos distinção clara entre uma coisa e outra; infelizmente, os irmãos de

Colossos, não podendo desfrutar deste mesmo benefício, deixaram-se enredar por

práticas judaicas que não tinham lugar no Cristianismo. Entre as práticas que os judeus

novos convertidos lutavam por introduzir ao Cristianismo destacava-se a observância da

lei cerimonial, notadamente os dias de festa, como a páscoa, o pentecostes, o dia da

expiação, a festa dos tabernáculos, da lua nova e outras celebrações. Naturalmente, o

apóstolo Paulo ensinou à igreja de Colosso que tais ordenanças e festividades foram

riscadas ou cravadas na cruz, por Cristo, e que, ali, cessaram, automaticamente, os tipos

de "sombras" que para ele apontavam.

 

É importante, nesse contexto, sabermos que os colossenses também eram

profundamente assediados por mestres do gnosticismo (crença baseada no

conhecimento como fonte de libertação espiritual – Cl 2:8); haviam absorvido práticas

cerimoniais do judaísmo, como as doutrinas da alimentação, das festas de dias, etc. e

radicalizado esses preceitos, através da abstenção absoluta de todos os tipos de carne e

da inércia absoluta nos dias de sábados festivos e no sábado do Senhor. Isso os levou

para um ascetismo rigoroso, por considerarem o isolamento uma das melhores formas

de manterem sua suposta pureza espiritual. Com isso, criaram uma forma de legalismo

(crença na libertação espiritual através das obras da lei) mais severo que o praticado

pelos fariseus. Como isso não bastasse, através de vãs filosofias, colocaram Cristo na

mesma igualdade dos anjos (Cl 2:18); criaram o culto tendo anjos como mediadores dos

homens (Cl 2:18) e incluíram essas idéias como parte do evangelho de Cristo (Cl 2:20-

23). Em outras palavras, os mestres do erro, os gnósticos de Colosso, estavam levando o

Senhor da Igreja, Jesus Cristo, à insignificância.

 

Diante de tamanho perigo, Paulo escreveu aos colossenses para protegê-los dessa

heresia mortal, e o fez com oração (Cl 1:3-14); aplicou-lhes a forte doutrina sobre o

poder e o senhorio absolutos de Cristo na igreja (Cl 1:15-27); deu-lhes o seu próprio

exemplo de vida, como apóstolo (1:24 a 2:5), e explicou-lhes os valores espirituais que

devem modelar a vida cristã (Cl 2:6–4:6). É nesse contexto geral que devemos

compreender o texto que ora estudamos. Desta forma, ao afirmar: ... tendo cancelado o

escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era

prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz, Paulo não está dizendo que a

Lei dos Dez Mandamentos fora abolida, mas está ensinando que a morte substitutiva de

Jesus foi suficiente para pagar a nossa dívida pecaminosa. Assim sendo, os que, pela fé,

acreditam na eficácia do sacrifício de Cristo, têm sua dívida cancelada, isto é, paga diante

de Deus, e estão aptos a desfrutarem de uma nova vida, resultante da graça de Cristo. 

 

Reiteramos que o texto de Cl 2:14 não ensina que a Lei de Deus foi encravada na cruz, e,

sim, que a dívida de todos os pecadores arrependidos fora perdoada e a justificação de

todos aqueles que, pela fé em Jesus, alcançaram a comunhão com o Pai fora

proporcionada. Consideramos cristalino o que Paulo está ensinando: ele não está dizendo

que a cruz de Cristo inutilizou a Lei de Deus, mas, sim, que, na cruz, o Senhor

proporcionou o perdão dos pecados para a humanidade. Com isso, o apóstolo está dando

uma dura resposta aos judeus legalistas e aos gnósticos libertinos, afirmando-lhes que a

rigidez cerimonial, a auto-justificação proveniente das obras da lei não pagam a dívida

pecaminosa que a lei evidencia, e, neste sentido, ela é contra nós (Rm 7:7; Cl 2:14). Por

essa razão, afirma Paulo, somente Cristo tem poder para cancelar essa dívida, e o fez na

cruz. 

 

Na mente do apóstolo, em nenhum momento existiu a idéia de que a cruz de Cristo

tenha anulado a Lei Moral de Deus ou tenha extraído dessa lei o santo sábado; ele

mesmo disse: Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes,

confirmamos a lei (Rm 3:31). O que ele afirma, em Cl 2:14, é que a cruz de Cristo anulou

as leis cerimoniais que regiam os sacrifícios de animais, “sombras” do sacrifício da cruz, e

as inúteis posturas legalistas de auto-justificação baseadas na Lei Moral, praticadas pelos

mestres do erro. 

 

Portanto, a crença comumente difundida de que o apóstolo Paulo ensinou, em Cl 2:14,

que o sábado não mais fazia parte das obrigações dos cristãos é totalmente

despropositada. Conforme Carlyle B. Haynes Supõem alguns que o apóstolo Paulo se

referia à mudança do sábado quando escreveu aos colossenses: Ninguém vos julgue por

causa dos dias de festas, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas

futuras, mas o corpo é de Cristo. O sistema cerimonial do Velho Testamento possuía

muitas festividades, dias santificados e sábados anuais. Este sistema, imposto até ao

tempo da correção, havia expirado com Cristo, para quem apontava. O crente em Cristo

não devia, portanto, voltar a esses tipos e sombras. [1] 

 

Desta forma, insistimos em que o texto refere-se a questões espirituais que são

consideradas sombras das coisas futuras, o que, obviamente, não diz respeito ao sábado

do Senhor, que, segundo as Escrituras, deve ser guardado no sétimo dia da semana e

não tem um direcionamento prioritariamente para o futuro, como os demais sábados das

festividades judaicas, uma vez que, ao contrário destes, o sábado do Senhor, além de

restaurar o vigor físico tem a finalidade de fazer que os adoradores de Deus, em todos

os tempos tenham sua visão voltada para o passado, para a obra divina da Criação e da

Redenção concedida aos nossos antepassados (Êx 20:8-11; Dt 5:12-15). 

 

A cada sétimo dia, portanto, o povo de Deus, de quaisquer tempo e nação, reúne-se para

recordar e celebrar o poder criador e redentor do Deus Todo-Poderoso. CONCLUSÃO:

Conscientizados de que o texto de Cl 2:14 não cancela a Lei de Deus, e, por assim dizer,

não abole o santo sábado do Senhor, mantenhamos nossa fé firmada na verdade, e, a

cada sétimo dia da semana, façamos do sábado momentos em que possamos nos

apresentar diante do Senhor com um coração adorador disposto a reconhecer que ele é

Criador de toda existência, é Deus Libertador das nossas vidas e Soberano sobre toda a

criação: De longe trarei o meu conhecimento, e ao meu criador atribuirei a justiça. (Jó

36:3).

 

 

LIÇÃO 09: GÁLATAS 3:10

Esse texto ensina que quem observa a Lei

de Deus está debaixo de maldição?

 

 

Autor: Pastor Genilson Soares da Silva

Lição Bíblica 273, sábado, 26 de novembro de 2005 

 

OBJETIVO: Mostrar que a parte moral da lei do Senhor continua válida para o crente de

hoje, podendo ser obedecida somente pela graça, que, além de nos salvar, nos instrui a

viver uma vida prudente e dedicada a Deus.

 

TEXTO BÁSICO: Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição;

porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas

no Livro da lei, para praticá-las. (Gl 3:10)

 

INTRODUÇÃO: Assim que Paulo pregou o evangelho recebido pela revelação de Jesus

Cristo (Gl 12) aos Gálatas houve entusiasmada aceitação das verdades pregadas. A sua

vida cristã estava avançando e crescendo, dia após dia. Eles corriam bem (Gl 5:7) a

carreira que lhes estava proposta, olhando firmemente para Jesus, o qual se entregou a

si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a

vontade de nosso Deus e Pai (Gl 1:4), por meio de quem, portanto, a vida cristã começa

e se aperfeiçoa (Hb 12:2). De repente, os gálatas pararam de prosseguir para o alvo, para

o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3:14). O que aconteceu?

Aconteceu que apareceram os judaizantes pregando um evangelho diferente, cuja ênfase

principal era a circuncisão, uma prática vista por Paulo, desde o período da sua conversão,

como “refugo” ou “esterco” – skubalon, no grego (Fp 3:1-8). Você sabe o que é isso?

Rienecker e Rogers lhe respondem com a seguinte afirmação: Refere-se ao excremento

humano, a porção do alimento rejeitada pelo organismo como não nutritiva, ou refere-se

a lixo ou restos de uma festa, a comida que caia da mesa [1] 

 

I - A INTERPRETAÇÃO ERRADA

 

O texto que nos serve de base para este estudo (Gl 3:10) é bastante utilizado por

estudiosos para defenderem a posição teológica de que a lei de Deus – inclusive as

partes morais – está limitada ao tempo antes da vinda de Cristo e de que, por isso, já não

é mais diretamente aplicável aos crentes de hoje. Eles sustentam que a lei do Senhor é

uma unidade indivisível e inseparável, não podendo ser separada em aspectos morais,

civis e rituais, pois esse sistema não está claramente apresentado nas Escrituras

Sagrados. Assim, se alguém Concorda que Cristo colocou de lado a lei cerimonial por

meio da sua morte e ressurreição substitutivas, então consequentemente os cristãos

são desculpados de toda a lei, visto que ela é uma unidade indivisível. [2] Na lista de

textos usados para defender essa posição encontra-se o que baseia a nossa lição, que

será interpretado corretamente, na seqüência. 

 

 

 

II - A INTERPRETAÇÃO CORRETA

 

Aos lermos a epístola aos Gálatas, ficamos impressionados com o palavreado raivoso,

vigoroso, urgente, enérgico, corretivo, cortante do apóstolo, que, já de início, expressa,

com franqueza, sua dolorosa surpresa e seu espanto: Admira-me que estejais passando

tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual

não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de

Cristo. (Gl 1:6-7) Às vezes, é preciso firmeza para se defender da corrupção a verdade do

evangelho! O que estava em jogo não era uma opinião pessoal do apóstolo, mas o plano

de salvação para os gentios. Após justificar e defender a legitimidade de sua autoridade e

sua proclamação, que vinham sendo duramente questionadas pelos judaizantes (Gl

1:10–2:14), Paulo passou a explicar firmemente a autêntica doutrina da justificação (Gl

3:1–4:11) aos Gálatas, que estavam completamente envolvidos com as palavras dos

judaizantes. Ele não queria que as igrejas voltassem aos rudimentos do judaísmo, de

onde já haviam saído. Foi nesse contexto que apareceu a afirmação: Todos quantos, pois,

são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele

que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. (Gl 3:10)

Nesse capítulo, para muitos, o pensamento de Paulo acerca da lei é difícil de ser

entendido, porque ele parece fazer uma série de afirmações contraditórias sobre a lei de

Deus, deixando subtendido que o povo de Deus não tem mais obrigação de obedecer-

lhe. As aparentes contradições são superadas quando entendemos o significado da

palavra “lei”. A palavra “lei”, que aparece quinze vezes nesse terceiro capítulo – em toda a

epístola há 33 ocorrências –, foi traduzida do termo grego nomos, que, nas epístolas

paulinas, possui significado diversificado. Por exemplo, em I Co 14:21, o termo nomos [3]

é usado em referência ao livro do profeta Isaías 28:1-11: Na lei está escrito: Falarei a este

povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me

ouvirão, diz o Senhor. 

 

Em Romanos 7:21 – Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus

–, nomos é uma alusão à lei moral de Deus, isto é, os dez mandamentos. Já na parte final

de Rm 3:21 – Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o

testemunho da Lei e dos Profetas –, nomos aponta para o Pentateuco, os cinco primeiros

livros do Antigo Testamento. Vemos, portanto, que a palavra grega é sempre a mesma,

nos três textos – nomos –, mas o sentido varia de um texto para outro. Em cada texto,

nomos só aceita um dos significados possíveis, determinado pelo contexto. Quando esse

princípio é ignorado, a interpretação do texto fica gravemente comprometida. Isso se

aplica à epístola aos Gálatas, em que o apóstolo está engajado num debate teológico

com os judaizantes, defensores da circuncisão, que é mencionada sete vezes na carta (Gl

2:7, 8, 9,12, 5:6, 11, 6:15) como necessária ao crente para ser justificado diante de Deus.

Assim sendo, pode se concluir que o termo “nomos” é, sem dúvida, uma referência a

aspectos cerimoniais do judaísmo, que consistiam de ordenanças e mandamentos que

apontavam para o trabalho redentor de Jesus (Cl 2:11-13; Ef 2:14-15). Os judaizantes

estavam defendendo que a justificação era alcançada pela observância dessas

prescrições. Trata-se de uma interpretação equivocada, pois, até mesmo no Antigo

Testamento, a justificação era alcançada não pela “obediência”, mas pela “confiança”: É o

caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça (Gl 3:6). Ao citar

Abraão, o mais ilustrativo e eloqüente exemplo de justificação pela fé, Paulo deixa claro

que nenhum dos mandamentos de Deus, quer fossem rituais quer fossem morais teve

o propósito de produzir justificação ou libertação. O exemplo mais convincente encontra-

se em Êx 20. A salvação veio aos israelitas antes da revelação do conjunto de orientações

e prescrições – rituais, civis e morais – de Deus (Êx 20–24). A lei foi dada a um povo já

resgatado da escravidão. Eles não tiveram de obedecer aos mandamentos - rituais, civis

e morais - para serem justificados ou resgatados da escravidão egípcia (Dt 7:7-8).

 

Qual era, então, a razão dos preceitos divinos? Os mandamentos – rituais, civis e morais

– não eram instrumento de justificação, mas de santificação. O próprio Deus deixa isso

claro para Moisés, no alto do monte Sinai: Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a

minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar

dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes

e nação santa. (Êx 19:6) Deus queria que o povo liberto da opressão se tornasse uma

nação santa. Então, em sua lei, o Senhor registrou as orientações detalhadas para facilitar

aos israelitas esse crescimento em santidade. O alerta de Paulo aos judaizantes consistia

em mostrar-lhes que qualquer tentativa de obter a justificação ou salvação por meio da

obediência aos cerimoniais judaicos resultaria em fracasso e maldição, e não em

salvação, porque as exigências cerimoniais não foram estabelecidas com o propósito de

justificar ninguém perante Deus: E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante

de Deus, porque o justo viverá pela fé. (Gl 3:11) Além do mais, Paulo mostra uma outra

grave falha no ensino dessas pessoas. Elas estavam, aparentemente, ensinando que os

cristãos precisavam obedecer apenas a alguns aspectos cerimoniais (principalmente, a

circuncisão), e não a todas as coisas escritas no Livro da lei. 

 

Paulo desmascara a falsidade dos judaizantes, dizendo: 

Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De

novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a

lei. (Gl 5:2-3) Era tudo ou nada. Não havia a possibilidade de selecionar o que deveria ser

obedecido. Portanto, não adiantaria os gálatas dizerem: “Estamos aderindo somente à

circuncisão”, pois o alerta de Paulo é: ... um pouco de fermento leveda toda a massa (Gl

5:9).

 

Na seqüência, o apóstolo, explica que aqueles aspectos cerimoniais da legislação

serviram de aio [paidagogos] para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos

justificados por fé (Gl 3:24). Ao explicar o significado da palavra “aio”, a Chave Lingüística

do Novo Testamento Grego afirma: ... guardião, tutor. Era um escravo empregado por

famílias gregas e romanas para se encarregar dos meninos entre os 6 e 16 anos, cuidado

de seu comportamento e acompanhando-lo sem que saísse de casa, indo, por exemplo,

à escola. [4] Apesar de ser filho do senhor, o menino não desfrutava dos privilégios de

herdeiro: Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere

de escravo, posto que seja ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao

tempo predeterminado pelo pai. (Gl 4:1-2) O pedagogo – aio – era quase dono da vida da

criança. Todavia, quando atingia a maioridade, ele se libertava dessa severa supervisão

quase onipresente. Jamais teria saudade daquele período de menoridade, pois, à época,

mesmo sendo dono de tudo, era tratado como escravo. Usando a expressão assim

também nós, o apóstolo passa a aplicar essa inteligente ilustração à situação vivida pelos

gálatas, dizendo: ... quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo

dos primeiros rudimentos do mundo; mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou

seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei,

a fim de recebermos a adoção de filhos. (Gl 4:3-5) 

 

Antes da encarnação de Cristo, todos estavam sujeitos à supervisão do aio, a lei. Uma vez

que era um período de menoridade e imaturidade espiritual, todos tinham de obedecer

as suas diversas prescrições e rudimentos. Com a vinda de Cristo, a supervisão terminou.

Não estamos mais sob os cuidados de um pedagogo: Mas, depois que a fé veio, já não

estamos debaixo de aio (Gl 3.25). 

 

Alcançamos a nossa maioridade espiritual! Agora, somos filhos de Deus, como está

escrito: Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de

Deus por Cristo. (Gl 4:6-7) O que os crentes das igrejas da Galácia estavam fazendo?

Estavam trocando a maioridade pela menoridade; estavam voltando à infância espiritual.

Abismado com a decisão dos gálatas, o apóstolo perguntou, nervoso e perplexo: ... como

tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?

(Gl 4:9-11). Na parte final da carta, depois de exortar os gálatas com estas palavras: Para

a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de

novo, a jugo de escravidão (Gl 5:1), 

 

o apóstolo Paulo ensina que a liberdade cristã, por sua vez, não deveria ser confundida

com libertinagem ou licenciosidade (Gl 5:13). Essas últimas palavras do apóstolo, na

Epístola aos Gálatas são oportunas e prudentes, uma vez que a doutrina da justificação

somente pela fé pode ser perigosa e prejudicial, se for entendia e aplicada de maneira

incorreta. Esse, portanto, não é um problema exclusivo dos gálatas. Ainda hoje, muitos

cristãos correm o risco de abusar da graça de Jesus. A epístola de Judas refere-se a

homens (...) que convertem em dissolução a graça de Deus (Jd 1:4). Eles, de acordo a

NTLH torciam a mensagem a respeito da graça do nosso Deus a fim de arranjar uma

desculpa para a sua vida imoral. Em todas as suas epístolas, o apóstolo Paulo sempre

deixou claro que a graça não autoriza nem permite abusos, a exemplo dos seguintes

questionamentos que ele lança aos fiéis: Que diremos, pois? Permaneceremos no

pecado, para que seja a graça mais abundante? (...) Havemos de pecar porque estamos

debaixo da graça? (Rm 6:1, 15). Ele mesmo responde, categoricamente: de modo

nenhum. A graça, portanto, não nos oferece uma licença especial para vivermos na

prática do pecado. Pois, além de salvar, a graça educa: Porquanto a graça de Deus se

manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a

impiedade e as paixões mundanas vivamos, no presente século, sensata, justa e

piedosamente. (Tt 2.12) “Educando-nos” foi traduzido do verbo grego paideuo que,

segundo o Léxico do Novo Testamento (REFERÊNCIA?), significa treinar, instruir, ensinar

com rigor. A graça de Deus, portanto, está intimamente associada à disciplina,

treinamento e discipulado rigorosos. Trata-se de uma definição bastante diferente do que

tem-se pregado nas igrejas de hoje. Não se deve supor que a graça do NT seja diferente

da graça do AT. A graça de Deus, em ambos os Testamentos das Escrituras Sagradas,

possui a mesma definição rigorosa, porque o Deus que a instituiu é o mesmo em seu

caráter e natureza. As exigências de santidade para os dois povos (Israel, no AT, e a

Igreja, no NT) são as mesmas. Para ambos, está escrito: Sede santos, porque eu sou

santo (Lv 20:7; I Pe 1:16). 

 

E, nesse processo de santificação pessoal, a lei do Senhor (os aspectos morais) tem uma

função primordial, pois ela contém os valores éticos e morais de quem a institui. Sob as

duas alianças, o Senhor tem um único instrumento de santificação: os seus

mandamentos, que refletem a perfeita beleza do seu caráter. As leis rituais e civis foram

anuladas na cruz de Cristo, mas as morais receberam mais esclarecimento e

aprofundamento na pessoa e no ensino de Cristo, que disse: Não penseis que vim

revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. (Mt 5:17) Esse

texto de Mateus é segundo estudiosos da lingüística, traduzido de maneira imprecisa e

confusa. Eles admitem que a palavra traduzida para o português por “cumprir” é plerosai,

que pode também ser traduzida por “ratificar”, “confirmar”, “validar”, “autenticar”,

“aumentar”, “completar”, “preencher” de modo absoluto. Se você substituir verbo

“cumprir” por “confirmar”, por exemplo, a frase de Jesus terá mais clareza e coerência?

Claro que sim. O verbo “cumprir” contradiz o contexto (Mt 5:18-20), em que Jesus

ensina, de modo claro, a permanência e a obrigatoriedade da lei para os que fazem parte

do reino. 

 

Portanto, Deus espera que lhe prestemos obediência, mas não espera uma obediência

forçada. Ele quer obediência motivada por gratidão, como afirma Yancey: Se

compreendermos o que Cristo fez por nós, então certamente por gratidão lutaremos

para viver de maneira digna de tão grande amor. Lutaremos por santidade não para fazer

Deus nos amar, mas porque ele já nos ama. [5] Não obedecemos aos mandamentos de

Deus (apenas os seus aspectos morais) para alcançarmos justificação. Já fomos

justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus

(Rm 3:24). É por gratidão, somente por gratidão que guardamos os seus mandamentos

e fazemos diante dele o que lhe é agradável (I Jo 3:22). CONCLUSÃO: Quem observa a

justa e santa lei do Senhor não está debaixo de maldição, pois ela é perfeita (Dt 32:4; Sl

19:7; Tg 1:25) assim como é perfeito o seu Legislador (Mt 5:48). Assim, o crente em

Jesus tem prazer interior em cumprir e ensinar a lei do Senhor gravada em seu coração

Sl 1.1, 2, Jr 31.33, Rm 7:22), exatamente porque amam profundamente a Deus que os

libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no

qual temos a redenção, a remissão dos pecados. (Cl 1:13-14

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIÇÃO 13: MARCOS 16:9

Este texto ensina que a ressurreição de Cristo alterou o dia de descanso do sábado para

o domingo?

 

 

Autor: Pastor Genésio Mendes

Lição Bíblica 273, sábado, 24 de dezembro de 2005 

 

OBJETIVO: Levar o estudante da Palavra a compreender que o texto de Mc 16:9 não

autoriza os cristãos a mudarem o dia de descanso, o sétimo dia, para o primeiro dia da

semana, o domingo.

 

TEXTO BÁSICO: Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana,

apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios. (Mc 16:9)

 

INTRODUÇÃO: Desde a lição de número 6, temos visto como alguns intérpretes, no

desejo de afirmarem que a salvação é pela maravilhosa graça de Deus,

desnecessariamente tentam desqualificar a lei de Deus, e, para concretizarem esse

intento, na maioria das vezes, isolam os textos de seus contextos, aplicando regras

hermenêuticas que lhes sejam convenientes, a fim de obterem o resultado que mais

agrada-lhes. Nessa postura, encontramos comentaristas bíblicos usando Marcos 16:9

para provar que a ressurreição de Jesus ocorreu no primeiro dia da semana, e, com isso,

ter um pretexto para justificar seu desvio histórico sobre o dia determinado para a guarda

do quarto mandamento da Lei de Deus. Porém, quando interpretarmos Marcos 16:9,

dentro do seu contexto, inevitavelmente, descobrimos que o Senhor Jesus não

ressuscitou no primeiro dia da semana.

 

II - A INTERPRETAÇÃO ERRADA

 

Quando lemos as explicações teológicas dos defensores da mudança do dia de descanso,

percebemos o quanto eles forçam o texto sagrado até que obtenham um sentido que

não corresponde ao que foi inspirado pelo Espírito Santo, o autor da Bíblia. O texto que

ora estudamos é um exemplo: afirma-se que o Senhor Jesus Cristo ressuscitou na

manhã de domingo com a clara intenção de respaldar a guarda desse dia como o dia do

Senhor ou o novo dia de descanso para os cristãos. O teólogo Champlin, por exemplo,

tentando explicar esse texto, faz o seguinte comentário sobre o versículo 2: Alguns

supõem que isso ocorrera no sábado, mas a observação do “domingo” pela igreja

primitiva, como o novo dia de guarda, quase certamente mostra que criam que o

domingo fora, realmente, o dia da ressurreição. [1] Observe os termos que Champlin

utiliza para explicar questões tão sérias: “supõem”, “quase certamente” e “criam”. Em

vez de apresentar argumentos bíblicos objetivos, normativos, ele trabalha com

suposições. Por sua vez, o teólogo Isaltino G. C. Filho, para provar que Cristo ressuscitou

no domingo, usou como recurso a reunião de cristãos primitivos nesse dia, dizendo: “A

Igreja reunia-se no domingo, é uma pista bem clara a deduzir daqui. ”[2] A exemplo do

texto de Champlin, os termos usados aqui são “pista” e “deduzir”. Isaltino não apresenta

nenhuma prova bíblica normativa, concreta, mas, sim, agarra-se a pistas, deduções,

textos descritivos e depoimentos históricos extra bíblicos. [3] Como podemos observar, o

esforço empregado a favor do domingo como dia de descanso é quase sempre baseado

em textos que se referem à ressurreição de Cristo, embora nenhum deles, exceto o de

Mateus 28:1-6 declare o momento da ressurreição, e em textos que descrevem

momentos em que os cristãos primitivos estavam reunidos. Portanto, afirmar que Jesus

Cristo ressuscitou no domingo e usar isso para provar que esse dia é o dia de descanso

para os cristãos demonstra no mínimo, falta de respeito para com as regras de

interpretação da Bíblia e de compromisso para com a verdade de Deus.

 

II - A INTERPRETAÇÃO CORRETA

 

Antes de apresentarmos a interpretação correta, é importante conhecermos a história do

texto que faz parte da conclusão do capítulo 16. A explicação preferida dos teólogos

liberais para Marcos 16:9 envolve uma acirrada discussão sobre a veracidade de

manuscritos, como vemos no exemplo a seguir: Os dois melhores e mais antigos

manuscritos que conhecemos o Vaticano (B) e o Sinaitico (representado às vezes por S,

outras vezes pela letra hebraica alef) e os MS 304 omitem os versos 9- 20. A evidência do

manuscrito 2386 é inconclusiva, pois, além de omitir os versos 9-20, o manuscrito não

contém a última página (...). O resultado dos estudos críticos mais recentes, aceito pela

maioria dos estudiosos, é que os versos 9-20 não foram escritos pelo mesmo autor do

Evangelho, na seção que corresponde a Mar. 1.1-16.8, mas foram acrescentados, talvez

nos meados do segundo século de nossa era. [4] 

 

Champlin registra que: Quatro términos do evangelho segundo Marcos figuram-nos

manuscritos. Os últimos doze versículos do texto comumente recebido de Marcos se

fazem ausentes nos mais antigos manuscritos gregos. [5] Assim, seguem muitos

teólogos, afirmando que o trecho de Marcos 16:9-20 não foi escrito por Marcos. O que

não pode ser negado, entretanto, é que Marcos 16:9-20 existe em mais de 1800

manuscritos. E, sobre esse trecho, a opinião do respeitado teólogo Fritz Rienecker é

importante: Para a nossa vida de fé (...) os versículos 9-20 são palavras de Deus como

todos os outros versículos da Escritura, pois estão em nosso NT. [6] 

 

Agora, vamos à interpretação correta de Marcos 16:9. No original grego, o texto foi

escrito assim: 

 

A tradução Revista e Atualizada – RA – traduz esse texto desta forma: Havendo ele

ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria

madalena, da qual expelira sete demônios. A Edição Contemporânea, por sua vez, traduz

o texto assim: Tendo Jesus ressurgido de manhã cedo no primeiro dia da semana,

apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. Na Nova

Tradução na linguagem de Hoje – NTLH –, o texto está traduzido desta maneira: Jesus

ressuscitou no domingo bem cedo e apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem havia

expulsado sete demônios. Com base nessas traduções, Jesus teria ressuscitado no

domingo pela manhã. Mas a questão é: Essas traduções expressam o que está dito no

original grego? A resposta é: Não! No original, o início do versículo está escrito assim: A

tradução literal é esta: Tendo-se levantado,

( ) porém, cedo em primeiro sábado ...).

Perceba, estudante, que as traduções (dé), que equivale à conjunção adversativa 

tradicionais omitiram a conjunção é uma conjunção adversativa “porém” da língua

portuguesa. No grego, o termo e também pode ser aditiva, dependendo da oração.

Quando são adversativas, como neste caso, as conjunções têm como função, além de

ligar duas sentenças (sentenças coordenadas), firmar uma divergência de sentido da

segunda sentença em relação à primeira, ou seja, aquela se estabelece para ser uma

negação desta, por meio da conjunção, que carrega o sentido de contrariedade e que,

por isso, é chamada de adversativa. Ora, no texto bíblico em questão, a primeira

sentença – Tendo-se levantado – apresenta um primeiro evento: a ressurreição de

Jesus, sendo seguida da conjunção – porém – e da expressão adverbial de tempo – cedo

em primeiro sábado –, que é uma informação acrescentada à segunda sentença –

apareceu primeiro a Maria, a Madalena –, que apresenta um segundo evento: a aparição

do Senhor.

 

O que precisamos entender, agora, é por que a expressão adverbial de tempo – cedo em

primeiro do sábado – está para a segunda sentença e não para a primeira: A preferência

do escritor por uma conjunção adversativa, entre ambas as sentenças, é definitiva para a

interpretação correta deste texto, pois mostra que ambos os eventos estão em relação

de oposição, quanto ao momento de sua ocorrência, sendo que a conjunção adversativa

– porém – afeta especificamente a expressão temporal – cedo em primeiro do sábado –

que se segue à primeira sentença – Tendo-se levantado. Isso deixa claro que o autor, ao

invés estar afirmando que a ressurreição ocorrera em cedo em primeiro sábado, está, na

verdade, negando isso e, ao mesmo tempo, afirmando que esse momento refere-se ao

evento da aparição. Por essa razão, a expressão adverbial de tempo jamais poderia estar

para a primeira sentença. Em outras palavras, na primeira parte de Marcos 16:9, está-se

afirmando que Jesus ressuscitou, porém, estando ressurreto, no primeiro dia após o

sábado, apareceu a Maria madalena. O “primeiro dia após o sábado”, portanto, refere-se

ao seu aparecimento e não ao dia de sua ressurreição. 

 

Com isso, concorda Champlin: Este versículo leva-nos a aparição a Maria Madalena, o que

não é realmente mencionado nos evangelhos sinóticos, exceto agora, neste sumário. [7] 

 

Também, o Novo Comentário da Bíblia diz que o Trecho contém quatro seções: a aparição

a Maria Madalena (9-11); a aparição aos dois viajantes (12 e 13) a aparição aos onze (14-

18), a ascensão e exaltação (19 e20).[8] 

 

Em nenhuma dessas sessões o assunto é a ressurreição de Cristo no primeiro dia da

semana. Esses equívocos de traduções acontecem, em parte, porque a pontuação, nos

textos da Bíblia é atribuída ao arcebispo Langton, ainda no século XIII. Assim, quando o

texto foi escrito originalmente, não continha nenhuma pontuação. Isso quer dizer que

seu sentido deve ser sempre entendido pelo contexto. As traduções mais conhecidas

colocam uma vírgula após as palavras “primeiro dia da semana”, e, por essa razão, dão a

entender, erroneamente, que foi nesse dia que Jesus ressuscitou. Em outra parte,

percebe-se a má fé de pessoas que conhecem as regras de interpretação das Escrituras,

mas que preferem ignorá-las, quando lhes convém. 

 

Por outro lado, o Novo Testamento Interlinear apresenta a tradução correta: Tendo-se

levantado, porém, cedo em primeiro do sábado, apareceu primeiramente a Maria, a

Madalena, de quem havia lançado fora sete demônios. 

 

A Nova Versão Internacional omite o, porém, mas tem o mérito de colocar a vírgula no

lugar certo, respeitando o sentido correto do texto original: Quando Jesus ressuscitou, na

madrugada do primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria Madalena. Essas

versões honestas estão em total harmonia com o contexto imediato de Marcos 16, em

que os versículos 1, 2, 5,6, informam que, no domingo, pela manhã, quando as mulheres

foram ao sepulcro, bem cedo, o anjo lhes comunicou que Jesus já havia ressuscitado:

Depois que terminou o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, a mãe de Tiago,

compraram perfumes para perfumar o corpo de Jesus. No domingo, bem cedo, ao

nascer do sol, elas foram ao túmulo. Então elas entraram no túmulo e viram um moço

vestido de branco sentado no lado direito. Elas ficaram muito assustadas, mas ele disse:

—Não se assustem! Sei que vocês estão procurando Jesus de Nazaré, que foi crucificado;

mas ele não está aqui, pois já foi ressuscitado. Vejam o lugar onde ele foi posto. (NTLH)

 

Essa interpretação correta está totalmente alinhada com as narrativas dos demais

evangelistas, Mateus e Lucas (Mt 28:1-6; Lc 24:1-10), e com a narrativa mais detalhada

de João (20:1-18), que tem a seguinte seqüência: No v.1, Cristo se apresenta a Maria

Madalena no sepulcro, bem cedo; no v. 2 é dito que ela correu e foi avisar os discípulos;

nos vv. 3-9, Pedro e João vão, imediatamente, ao sepulcro e confirmam a notícia, mas

não vêem a Cristo; por isso, o v. 10 diz: Os discípulos voltaram para casa. Maria, porém,

ficou à entrada do sepulcro chorando. Ela ficou ali sozinha, até que Jesus Cristo se

apresentou a ela (vv. 11-17). Foi, exatamente, a esse encontro que Marcos se referiu, em

16:9. Como Pedro e João só viram o túmulo vazio, Maria Madalena, agora já tendo se

encontrando pessoalmente com o Salvador, foi outra vez aos discípulos e lhes disse: Eu

vi o Senhor; e contou-lhes o que ele lhe dissera (Jo 20:18). Esta é, amado estudante, a

verdadeira interpretação de Marcos 16:9: Jesus ressuscitou, conforme Mateus 28:1-6, ao

pôr-do-sol de sábado, e, quando Maria Madalena foi ao sepulcro, na manhã do primeiro

dia, lá foi Jesus e se apresentou a ela. Não temos, com esse texto, nenhuma prova de

que Jesus ressuscitou no domingo de manhã, e muito menos de que o domingo seja o

dia de repouso dos cristãos.

 

CONCLUSÃO: Vivemos um momento delicado no mundo cristão, em que muitas teologias

têm aparecido para enganar os filhos de Deus. O perigo é tão grande que o próprio Jesus

avisou que, se possível, os eleitos seriam enganados (Mt 24:24). Diante dessa avalanche

de heresias e enganos, precisamos nos firmar em Cristo, através do conhecimento

perfeito de sua Palavra. Essa luz nos dará condições para nos livrarmos das trevas

espirituais que cobrem os corações enganadores e enganados. A verdade é essa luz que

ilumina o caminho da vida (Pv 6:23). Por essa razão, reafirmamos nossa atitude de não

alterarmos os fundamentos da lei de Deus, porque é santa; e o mandamento, santo, e

justo, e bom (Rm 7:12). Na Lei, nos dez mandamentos, o dia de descanso não é o

domingo, mas, sim, o sétimo dia da semana. Não se trata de um decreto humano, mas

divino: A parte legal consiste dos dez mandamentos que formam a lei fundamental da

teocracia e dos estatutos que nele se baseiam. [9] O doador dos dez mandamentos é

Deus. Moisés é apenas o transmissor ao povo. Não o seu autor. Este é Deus. ”[10]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIÇÃO 11: ÊXODO 31:16

Esse texto indica que o sábado foi dado

apenas para os judeus?

 

 

Autor: Pastor Manoel Pereira Brito

Lição Bíblica 273, sábado, 10 de dezembro de 2005 

 

OBJETIVOS: Conduzir o estudante ao fortalecimento em sua crença sobre a guarda do

sábado no sétimo dia da semana e conscientizá-lo de que a doutrina do sábado não foi

dada por Deus somente aos judeus, mas a todas as pessoas que foram salvas em Cristo,

em toda a terra.

 

TEXTO BÁSICO: Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas

suas gerações por concerto perpétuo. (Êx 31:16)

 

INTRODUÇÃO: Quanta confusão há, em relação à guarda do sábado no sétimo dia! Quanta

dificuldade para reconhecê-lo como o dia santo do Senhor Deus! É lamentável que

muitos cristãos não enxerguem duas grandes bênçãos divinas, entre tantas, relacionadas

à criação: o homem e o sábado. O primeiro Deus fez para pensar e agir (Gn 1:26-28); o

segundo Deus fez para dar suportes moral e emocional e para restaurar as forças físicas,

mentais e espirituais do homem. Não se pode, pois, entender o agir do homem sem o

sábado, nem a bênção e a santidade do sábado, sem o homem. A atitude do próprio

Criador em descansar, abençoar e santificar o sétimo dia dá ao sábado a condição de

santo dia do Senhor. Por essa razão, o estudo de hoje mostrará que o sábado ou

descanso foi o único feito divino que recebeu, já de início, o qualificativo de santo;

mostrará, também, que ele não foi feito apenas para o povo judeu, mas para todos os

povos, as nações, as etnias e as raças que povoam a terra, em quaisquer que sejam as

épocas. O sábado foi feito para repouso e para a devoção do homem a Deus.

 

I – A INTERPRETAÇÃO ERRADA

 

Diversas organizações evangélicas vêem o santo sábado como instituição apenas para o

povo judeu, e apresentam os seguintes argumentos:

 

1) O sábado foi dado aos judeus, através de Moisés, como lembrança e sinal da aliança

que Deus firmara com os israelitas, no Egito. Tal argumento é Baseado em textos como

este: Entre Mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre (...) Disse mais o Senhor

a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme ao teor destas palavras tenho feito

concerto contigo e com Israel. (Êx 31:17, 34:27).

 

2) A lei de Deus – os dez mandamentos descritos em Êx 20:1-17 – não existia, antes de

ser dada no Monte Sinai. Esse argumento é baseado neste texto: Não com nossos pais

fez o Senhor este concerto, senão conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos. (Dt

5:3)

 

3) O sábado não foi mencionado na criação. Ele fazia parte da lei cerimonial, dada por

Moisés, aos israelitas. Essa lei fazia referência a todo um procedimento temporário que

os israelitas deveriam adotar, até a chegada do Senhor Jesus Cristo.

 

O ex-padre, Aníbal Reis, forte opositor do sábado, apresenta este argumento: No

contexto da vigência da Lei os judeus viviam debaixo da sombra dos bens futuros (cf.

Hb. 10:1). Ao consumar no Calvário a obra objetiva da Redenção, Jesus Cristo, Luz do

mundo extinguiu todas as sombras e nele se consumaram todas as figuras. Extintas as

sombras e consumadas as figuras, o sábado também caducou porque das sombras e

figuras fazia parte (...). Apesar de todas essas instituições e estatutos serem no Antigo

Testamento PARA SEMPRE (perpétuas), caducaram quando da Morte de Jesus Cristo.

Nenhuma delas se encontram no Cristianismo (...). Foram “perpétuas” no sentido de

durarem por toda a vigência do Velho Testamento. O sábado semanal de igual maneira foi

perpétuo com o significado de duração restrita à permanência do cerimonial judaico...

SINAL do Concerto entre Deus e Israel, o sábado se restringiu às gerações israelitas sem

implicar os gentios. [1] 

 

Por sua vez, Champlin comenta o seguinte: Não há registro de que o sábado era

observado na época patriarcal, embora o início “teológico” esteja relacionado à criação

divina de todas as coisas e ao descanso de Deus de seu trabalho (Gn. 2:2) (...) Na

teologia hebraica, esse dia sagrado comemorava a criação original e a redenção de Israel

do Egito (Gn. 2:2; Êx. 20:8, 11; Dt. 5:15) (...). Embora haja teorias diversas quanto às

origens (...) parece que essa era uma instituição exclusiva aos hebreus antes de a idéia

propagar-se a outros povos. [2]

 

Por esses argumentos, vemos o quanto os conceitos de certo e errado são subjetivos

em nossa época; percebemos o quanto as respostas dos homens procuram satisfazer os

interesses de cada questionador. Porém, quando nos colocamos diante da palavra de

Deus, a ela devemos nos curvar, perguntando: Pode Deus, porventura, errar? Podem

Seus preceitos morais, éticos e espirituais terem sido dados para esse e não para aquele

povo? 

 

II – A INTERPRETAÇÃO CORRETA

 

Na Bíblia sagrada, o sábado é o sétimo dia da semana, santificado ao Senhor Deus e dado

por ele a seus filhos como prova de obediência: ele é declarado dia abençoado, dia de

repouso e dia santificado; essas qualidades foram eternizadas pelo ato de Deus de

descansar nesse dia depois de haver criado todas as coisas: E viu Deus tudo quanto tinha

feito, e eis que era muito bom (Gn 1:31; 2:2-3). Os demais seis dias da semana, e toda

criação eram, também, bons. A nenhum deles, porém, Deus atribuiu o qualificativo de

santidade, uma das qualidades essenciais da Divindade, como fez com o sétimo dia,

chamando-o de “santo” ontem, hoje e sempre (Gn 2:2-3; Êx 16:23, 31:14). 

 

O sábado não surgiu com o povo judeu, mas com o primeiro homem e continuará

existindo enquanto, sobre a terra, houver algum ser humano. Assim disse Deus:

Façamos o homem à nossa imagem; e domine... Frutificai e multiplicai-vos (Gn 1:26-28).

No poder que o homem recebeu para governar a terra, está incluso o respeito aos seus

limites físicos, mentais e espirituais; por isso, ele deve governar considerando o dia de

repouso, de descanso, para que possa oferecer a devida devoção a Deus. Adão e Eva

foram as primeiras pessoas a quem Deus manifestou esses princípios de vida, esses

valores que provêm de sua soberana vontade, e o casal foi transmitindo esse legado

divino a seus descendentes (Gn 1:26-28). Nada se perdeu, pelo cuidado especial que

Deus tem para com o fiel cumprimento de sua Palavra (Jr 1:12).

 

Bem antes do povo judeu, Abraão e todos os demais patriarcas bíblicos também

guardaram os preceitos divinos, entre os quais a guarda do sábado está incluída:

Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou os meus estatutos e as minhas

leis... eu apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso (...). E também

estabeleci o meu concerto com eles. (Gn 26:5; Êx 6:2-7) Se Deus apareceu a esses

homens; se eles guardaram preceitos e mandamentos de Deus, será que não sabiam

que deveriam observar a guarda do sétimo dia da semana, como fora dado e ensinado de

início? Será que Deus havia se esquecido do que ele mesmo ordenara, ao criar o sétimo

dia da semana? Evidentemente, não! Logo, o santo sábado sempre foi guardado com

fidelidade, a partir da criação.

 

A contagem bíblica dos dias da semana é feita de um pôr-do-sol a outro pôr-do-sol, cuja

determinação é do próprio Deus. Isto inviabiliza a suposta idéia segundo a qual o sábado,

santo dia do Senhor se perdeu ao longo dos anos. A determinação bíblica é esta: De

uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado (Gn 1:5, 13, 23,31; Lv 23:32). Estes

textos não se referem ao sábado cerimonial, mas ao santo sábado do Senhor, conhecido

por seu povo desde os tempos antigos, porque foi feito por causa do homem (Mc 2:27).

 

Balbach transcreve um trecho do comentarista batista, Broadus, com o seguinte teor:

Investigações recentes mostram que os babilônios, antes do tempo de Abraão,

contavam uma semana de sete dias, que findava com um dia de descanso, que era

estritamente observado, e que os escritos assírios designavam por sábado (...). O próprio

termo lembra-te do sábado, para o santificar (Êx 20:8), parece tratá-lo não como uma

coisa nova, mas uma instituição já existente; e parece da história da primeira queda do

maná (Êx. 16:5, 22-30) que o povo já estava relacionando com o sábado, e que alguns

estavam dispostos a esquecê-lo ou negligenciá-lo [3] 

 

Os israelitas conviveram com povos pagãos, como escravos, no Egito, durante um

período de 430 anos (Êx 12:40-41; Gl 3:7). Deus, todavia, não se distanciou de seu povo,

nem o povo se distanciou tanto assim de Deus, a ponto de se esquecerem dos preceitos

divinos. Disse Deus: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e

tenho ouvido o seu clamor (Êx 3:7-8). Isso prova que havia comunhão do povo com

Deus e de Deus com seu povo. Parte das perseguições movidas contra os israelitas era

motivada pelo fato de se tratar do povo de Deus, que guardava e obedecia aos preceitos

divinos, dos quais o sábado fazia parte. Deus libertou seus filhos em cumprimento as

suas promessas; também porque estes lhes foram obedientes (Êx 24:7). 

 

A saída dos israelitas do Egito marcou o início da formação desse povo, como nação

independente. Deus passou a capacitar essa nação com um sistema de leis, regras e

padrões, visando organizá-la para que sua vida social, política e espiritual funcionasse de

forma equilibrada. Ao pé do Monte Sinai, Deus procedeu à entrega dos Dez

Mandamentos, únicos escritos de seu próprio punho, como prova de eternidade daquilo

que já havia ensinado aos patriarcas. Na ordem seqüencial dessas Dez Palavras, o sábado

aparece em quarto lugar, interligando deveres entre Deus e o homem, não como

mandamento novo, mas como lembrança daquilo que, há muito tempo, já era

conhecido: Lembra-te do sábado para santificá-lo (Êx 20:8-11). Com essa solene

descrição histórica do sábado, Deus quer que conheçamos e lembremos-nos do sétimo dia

da semana como o dia de descanso por ele santificado (Gn 2:2, 3; Êx 20:1-17).

 

Em Nm 15:32-35, temos um exemplo doloroso resultante da desobediência à guarda

sábado: Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando

lenha no dia de sábado. Os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés, e a

Arão, e a toda a congregação. Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava

declarado o que se lhe devia fazer. Até este ponto da narrativa, com nossa cabeça

moderna, poderíamos achar que isso é radicalismo do povo de Israel. Veja, então, a

seqüência do texto e quem é que define a questão: Então, disse o SENHOR a Moisés: Tal

homem será morto; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Levou-o, pois, toda

a congregação para fora do arraial, e o apedrejaram; e ele morreu, como o SENHOR

ordenara a Moisés. (Nm 15:36) E agora, você se atreve a chamar Deus de radical? Tem o

estudante a audácia de afirmar que essa lei “é de Moisés”? A obediência à guarda do

sábado era segurança de vida; os israelitas deveriam obedecer ao quarto mandamento

por amor de suas almas (Jr 17:21 – cf. Ne 13:17-22). 

 

O sábado não pertence ao conjunto de leis cerimoniais, dadas por Moisés, aos israelitas;

integra os Dez Mandamentos da Lei Moral escrita pelo próprio Deus e dada aos israelitas,

como evidência da aliança firmada, cujo objetivo central era conscientizá-los de que o

Senhor é seu único Deus (Dt 6:4). Bacchiocchi, referindo ao maná colhido em dobro, na

sexta-feira comenta o seguinte: O sábado é apresentado em Êxodo 16 e 20 como uma

instituição já existente (...). A falta de explicação sobre a necessidade de se recolher

quantidade dupla no sexto dia seria incompreensível, se os israelitas não tivessem

conhecimento prévio do sábado. Do mesmo modo, em Êxodo 20, o sábado aparece

como algo familiar... Sem embargo, a essência do sábado não é um lugar onde se possa

ir para cumprir alguns ritos, e sim um tempo para se dedicar a Deus, aos demais seres e

a si mesmo. [4] O sábado é, pois, o dia santo, de reflexões e adoração a quem devemos

prestar louvores e gratidão, por todas as coisas criadas.

 

Jesus Cristo sempre esteve junto ao Pai e participou de todos os atos da criação. São

dele estas palavras: Eu e o Pai somos um... quem vê a mim, vê o Pai. (Jo 1:2, 3, 10:30,

14:9) E disse também: O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por

causa do sábado (Mc 2:27). Isto evidencia que, desde o início da criação, o homem

necessita do sábado para satisfazer suas necessidades físicas e espirituais e demonstrar

sua obediência a Deus. Se o sábado fosse dado apenas ao judeu, por que Jesus se

referiu, de forma tão genérica, ao homem e não ao judeu, especificamente? Por que João

e Paulo fizeram estas afirmações: ... a salvação vem dos judeus... que são israelitas, dos

quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas?

(Jo 4:22; Rm 9:4) 

 

Por que nos esforçamos para conseguir a salvação que vem dos judeus e rejeitamos

guardar o sábado como mandamento do Senhor, se o sábado e a salvação procedem

igualmente de uma mesma fonte? O texto de Êxodo 31:16, portanto, onde está

declarado que o sábado deve ser obedecido por aliança eterna nas suas gerações, não é

um mandamento restrito ao povo judeu como nação, mas a todos os salvos de todas as

nações, visto que a base da nossa salvação vem de Israel; o nosso Salvador é da tribo de

Judá (Hb 7:14) e o Novo Testamento nos chama de o Israel de Deus (Gl 6:16). 

 

É evidente que Deus fez com seu povo uma nova aliança, a da cruz, cuja base é o sangue

de Cristo; porém, o próprio Senhor da Cruz foi obediente aos mandamentos do Pai, entre

eles a guarda do sábado, sem aboli-lo (Mt 5:17). Isso é comprovado pela luta que Cristo

teve com os judeus para restaurar o verdadeiro sentido do dia sagrado que havia sido

transformado num fardo insuportável (Mc 2:23-28; Jo 5:16-18). Logo, para nós, cristãos,

as leis morais e espirituais dadas por Deus, no Antigo Testamento, e que foram validadas

no Novo Testamento, permanecem como o concerto eterno feito entre Deus e o

homem, a ser obedecido por todos os homens até o último dia de vida na terra, quando

terá início o sábado eterno ou o descanso eterno (Hb 4:8-11; Ex 16:17). O sábado, então,

deverá ser guardado, como foi instituído por Deus, quer por judeu, quer por gentio; quer

por israelita, quer por grego, como dia de santas convocações (Lv 23:2).

 

No dia de sábado, paremos com nossos trabalhos seculares; nesse dia santo, nossas

palavras e atividades devem ser substituídas pela oração, pela leitura da palavra de Deus,

pela freqüência à casa do Senhor (Sl 42:4), pelos cânticos de adoração, pelos louvores;

pelo atendimento à obra de Deus e pelo bem-estar espiritual de nossos semelhantes.

Vivamos a fé cristã com essas qualidades, certos de que todo cristão sincero é israelita

ou judeu no seu interior, pois, pela fé que nos vem de Jesus Cristo, Não é judeu o que o

é exteriormente (...) mas é judeu o que o é no [seu] interior (...) porque primeiramente

as palavras de Deus lhes foram confiadas (Rm 2:28, 29, 3:2). CONCLUSÃO: Amado irmão

em Cristo, Deus não faz distinção de pessoa, de povo ou nação que a ele se achegue. A

todos, Deus recebe de braços abertos, como bom Pai. É neste mesmo sentido que suas

maravilhosas leis são dadas a todos. Assim é que o sábado não foi dado apenas para o

judeu, que guardava os preceitos do Senhor, mas a todos, povos e nações formadas por

pessoas salvas por seu Filho Jesus Cristo. 

 

O mal dos judeus foi que eles criaram, para si próprios, princípios que Deus não aprova, e

voltaram-se para as coisas perecíveis. Por último, rejeitaram ao Senhor da glória, sem o

qual ninguém se salva. Em Oséias 4:6, lê-se: O meu povo foi destruído porque lhe faltou

conhecimento. Para que você não se perca, amado irmão, busque sempre em Deus o

conhecimento de sua Palavra para que você seja um servo obediente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LIÇÃO 14: II CORINTIOS 3:14

Esse texto ensina que os livros do Antigo

Testamento foram abolidos por Cristo?

 

 

Autor: Pastor José Lima de farias Filho

Lição Bíblica 273, sábado, 31 de dezembro de 2005 

 

OBJETIVO: Mostrar ao estudante o sentido teológico do que Paulo diz, em II Co 3:14, e conscientizado de que tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são a única regra de fé e prática para a sua vida. 

 

TEXTO BÁSICO: Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem à leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece não lhes sendo revelado que, em Cristo é removido. (II Co 3:14) 

 

INTRODUÇÃO: Nos treze estudos anteriores, aprendemos que os textos, seja um versículo, um capítulo ou um livro, sempre devem ser interpretados à luz do seu

contexto, a fim de que a verdade da Bíblia, não a nossa, prevaleça. Neste último estudo desta série, usaremos essas regras interpretativas para que possamos compreender o ensino apresentado pelo apóstolo Paulo, em II Co 3:14. Esse texto nos dá a oportunidade

de refletirmos sobre um dos pontos principais que distinguem o Antigo Testamento do Novo Testamento ou a antiga aliança da nova aliança. A questão a ser respondida é esta: O fato de Deus ter feito uma nova aliança com seu povo anula o conteúdo na velha aliança? 

 

I – A INTERPRETAÇÃO ERRADA

 

Muitos cristãos argumentam que o Antigo Testamento caducou, isto é, perdeu sua validade como palavra de Deus. Esses irmãos compreendem que o conteúdo do Antigo Testamento expressa a antiga aliança que Deus fez com o povo judeu, mas que perdeu o seu valor, em razão desse povo não ter cumprido sua parte no acordo, o que fez com que o Senhor realizasse uma nova aliança, tornando a outra sem efeito algum. Desta forma, os filhos da nova aliança, feita por Jesus Cristo, na cruz, devem ignorar os

preceitos do Antigo Testamento e moldar sua vida pelos preceitos da nova aliança, expressos no Novo Testamento. As palavras de Paulo, em II Coríntios 3:14, são utilizadas para provar que o Antigo Testamento passou e que os que crêem nele não perceberam isso, porque seus entendimentos estão embotados, isto é, eles lêem e acreditam na antiga aliança, mas não a compreendem, porque uma espécie de véu encobre-lhes o entendimento, pelo fato de não entenderem o verdadeiro sentido espiritual da obra de

Cristo. Os que interpretam II Co 3:14 dessa forma usam, ainda, II Coríntios 4:3-4 para afirmar que os cristãos que crêem no Antigo Testamento como palavra de Deus estão com suas mentes endurecidas pelo diabo. 

 

II – A INTERPRETAÇÃO CERTA

 

Em primeiro lugar, é importante verificarmos o propósito geral da segunda carta aos

Coríntios: expressar a alegria pela reação favorável da igreja ao ministério de Paulo (vv. 1-7), relembrar aos irmãos o compromisso que deveriam ter para com as ofertas aos irmãos da Judéia (8-9) e defender a autoridade apostólica de Paulo (vv. 10-13). Quando o apóstolo começou a se referir aos pormenores sobre sua pessoa (4:8-18, 11:22-33), especificou algumas características de seu apostolado, enfatizando que a base de sua pregação é a nova aliança feita por Jesus Cristo, na cruz (II Co 3:4-18). Para mostrar a superioridade da nova aliança, quanto a sua eficácia para a salvação dos pecadores, inevitavelmente, Paulo teve de compará-la à antiga aliança. Ao fazer essa comparação, o apóstolo jamais ensinou que o conteúdo do Antigo Testamento perdeu a sua força como

palavra de Deus. 

 

Que Bíblia o apóstolo Paulo usava para pregar sobre a nova aliança? Como não havia o Novo Testamento, o apóstolo pregava sobre a nova aliança baseado na velha aliança, o Antigo Testamento. Leia os textos a seguir para comprovar isso: At 28:25, 13:16-41,

15:15-18, 17:22-31, 24:14-16, 26:6-23; Rm 1:17, 13:9, 16:26; I Co 9:9, 14:21, 15:45; Gl

4:22, 27; Ef 6:2, 9:13, 10:15, 11:26. Ora, se Paulo tivesse dito, em II Co 4:13, que a nova

aliança havia anulado o conteúdo do Antigo Testamento, cometeria grave incoerência, já

que havia utilizado o seu conteúdo, durante todo o tempo de seu ministério apostólico,

afirmando que o Antigo Testamento é palavra de Deus. É verdade que O Velho

Testamento não se tornou Novo Testamento (as duas alianças não podem ser

confundidas), mas tornou-se um novo Velho Testamento, para Paulo. [1]

 

Sabendo que Paulo tinha como base de sua fé o Antigo Testamento e que foi o homem

mais usado pelo Espírito Santo para escrever e explicar o real sentido da nova aliança, o

que ele está ensinando em II Co 3:14? No contexto imediato deste texto, vemos que

Paulo estava sendo acusado por judeus opositores, membros da igreja em Corinto, de

pregar uma nova versão para a revelação de Deus, que já estava escrita no Antigo

Testamento, de forma que esses opositores acusavam o apóstolo de obscurecer o que

estava claro nos escritos de Moisés e dos profetas. A essa acusação, Paulo respondeu da

seguinte forma: ... pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se

ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos

recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação

da verdade. (II Co 4:2-3) 

 

Ele disse isso para melhor esclarecer o que dissera no capítulo 3, quando iniciou o debate

sobre a nova aliança, tema que, para esses líderes acusadores, era algo incompreensível,

devido à visão estreita que tinham do Antigo Testamento, o que os impedia de ver que a

velha aliança apontava para a nova aliança. Por isso, Paulo lhes disse: ... se o nosso

evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais

o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não

resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. (II Co 4:

4-5) 

 

Incrédulos! Essa é a definição do apóstolo para os judeus que liam o Antigo Testamento

e não enxergavam que as profecias ali contidas apontavam para Cristo, o protagonista da

nova aliança. Paulo mostrou que ler a antiga aliança e não ver nela a graça de Deus, não

enxergar nela as promessas divinas de fazer um novo concerto com seu povo, através de

uma nova aliança (Jr 31:31; Ez 11:19), é estar sob a influência do deus deste século. Os

judeus opositores de Paulo resistiam a essa verdade, assim como os judeus opositores

de Cristo lhe resistiram, o que levou Jesus a lhes dizer: Vós sois do diabo, que é vosso

pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se

firmou na verdade, porque nele não há verdade. (Jo 8:44) Nesse ambiente de oposição,

de resistência à verdade, de cegueira espiritual, de insistência em não enxergar a

verdade prescrita no Antigo Testamento, é que Paulo declara: Mas os sentidos deles se

embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo

véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo é removido. O que Paulo está

atacando é a incapacidade espiritual ou a dureza de coração de seus opositores, e não o

conteúdo dos livros do Antigo Testamento. Eles liam a antiga aliança, mas não

enxergavam que Jesus era o cumprimento dela, como ele próprio declarara: São estas as

palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que

de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. (Lc 24:44)

 

Para que seus opositores fossem iluminados e compreendessem a função da antiga e da

nova aliança, e fossem definitivamente libertos, Paulo fez uma comparação entre a

pregação de Moisés (o escritor das santas leis divinas) e ele próprio (o escritor da graça

divina). O primeiro é representante da aliança da letra, que mata (porque mostra os

pecados cujo salário é a morte), mas, ao mesmo tempo, é gloriosa; o segundo é

representante da aliança do espírito, que vivifica, e, por isso, é ainda mais gloriosa. Leia II

Co 3:6-11 para compreender como Paulo considera superior a nova aliança feita por

Cristo (sem ela, o ser humano não será salvo), mas o faz sem desmerecer a antiga,

declarando que esta se revestiu de glória. Esta mesma questão Paulo esclareceu aos

cristãos de Roma (Rm 11:7-12).

 

Até aquele momento em que Paulo escrevia, os escritos de Moisés eram lidos, mas o

véu da incredulidade, da falta de iluminação espiritual, impedia que a verdade lhes

entrasse no coração (II Co 3:15). Em seguida, o apóstolo diz que: Quando, porém, algum

deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado (II Co 3:16). Mas essa conversão só

aconteceu porque o Espírito Santo agiu, libertando-os: Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde

está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (II Co 3:17 – cf. Jo 16:7-8) Agora, libertos,...

todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do

Senhor somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo

Senhor, o Espírito. (II Co 3:18) Paulo, portanto, em II Co 3:14, não ataca os livros do

Antigo Testamento, mas enaltece a eficácia salvífica da mui gloriosa nova aliança,

prescrita na gloriosa antiga aliança, deixando claro que a função do novo acordo, feito na

cruz, por Cristo, não é inutilizar a palavra de Deus, mas promover a remissão de pecados

e conduzir os salvos à vida eterna (I Co 11:25; II Co 3:6 – cf. Mt 26:28; Mc 14:24; Hb

9:15, 12:24). 

 

CONCLUSÃO: Muitas pessoas se dirigem ao Antigo testamento com palavras depreciativas

e desrespeitosas. Todavia, essa não é uma atitude prudente, visto que o Novo

Testamento, referindo-se ao Antigo, declara: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil

para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de

que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (II

Tm 3:16-17) Toda a Escritura é inspirada, até mesmo as partes que o Novo Testamento

declara serem “sombras” da nova aliança, como no caso das leis que regiam os

transitórios sacrifícios de animais. Por serem palavras de Deus, não podem ser

descartadas, visto que são úteis para nos ajudar a compreender as verdades

permanentes. Sigamos o exemplo do protagonista da nova aliança, o Senhor Jesus

Cristo, que, ensinando com a Bíblia de seu tempo, o Antigo Testamento, declarou: Tudo

quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles;

porque esta é a Lei e os Profetas. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os

Profetas. Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas

mesmas que testificam de mim. (Mt 7:12; 22:40; Jo 5:39)

 

 

LIÇÃO 13: MARCOS 16:9

Este texto ensina que a ressurreição de Cristo alterou o dia de descanso do sábado para

o domingo?

 

 

Autor: Pastor Genésio Mendes

Lição Bíblica 273, sábado, 24 de dezembro de 2005 

 

OBJETIVO: Levar o estudante da Palavra a compreender que o texto de Mc 16:9 não

autoriza os cristãos a mudarem o dia de descanso, o sétimo dia, para o primeiro dia da

semana, o domingo.

 

TEXTO BÁSICO: Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana,

apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios. (Mc 16:9)

 

INTRODUÇÃO: Desde a lição de número 6, temos visto como alguns intérpretes, no

desejo de afirmarem que a salvação é pela maravilhosa graça de Deus,

desnecessariamente tentam desqualificar a lei de Deus, e, para concretizarem esse

intento, na maioria das vezes, isolam os textos de seus contextos, aplicando regras

hermenêuticas que lhes sejam convenientes, a fim de obterem o resultado que mais

agrada-lhes. Nessa postura, encontramos comentaristas bíblicos usando Marcos 16:9

para provar que a ressurreição de Jesus ocorreu no primeiro dia da semana, e, com isso,

ter um pretexto para justificar seu desvio histórico sobre o dia determinado para a guarda

do quarto mandamento da Lei de Deus. Porém, quando interpretarmos Marcos 16:9,

dentro do seu contexto, inevitavelmente, descobrimos que o Senhor Jesus não

ressuscitou no primeiro dia da semana.

 

II - A INTERPRETAÇÃO ERRADA

 

Quando lemos as explicações teológicas dos defensores da mudança do dia de descanso,

percebemos o quanto eles forçam o texto sagrado até que obtenham um sentido que

não corresponde ao que foi inspirado pelo Espírito Santo, o autor da Bíblia. O texto que

ora estudamos é um exemplo: afirma-se que o Senhor Jesus Cristo ressuscitou na

manhã de domingo com a clara intenção de respaldar a guarda desse dia como o dia do

Senhor ou o novo dia de descanso para os cristãos. O teólogo Champlin, por exemplo,

tentando explicar esse texto, faz o seguinte comentário sobre o versículo 2: Alguns

supõem que isso ocorrera no sábado, mas a observação do “domingo” pela igreja

primitiva, como o novo dia de guarda, quase certamente mostra que criam que o

domingo fora, realmente, o dia da ressurreição. [1] Observe os termos que Champlin

utiliza para explicar questões tão sérias: “supõem”, “quase certamente” e “criam”. Em

vez de apresentar argumentos bíblicos objetivos, normativos, ele trabalha com

suposições. Por sua vez, o teólogo Isaltino G. C. Filho, para provar que Cristo ressuscitou

no domingo, usou como recurso a reunião de cristãos primitivos nesse dia, dizendo: “A

Igreja reunia-se no domingo, é uma pista bem clara a deduzir daqui. ”[2] A exemplo do

texto de Champlin, os termos usados aqui são “pista” e “deduzir”. Isaltino não apresenta

nenhuma prova bíblica normativa, concreta, mas, sim, agarra-se a pistas, deduções,

textos descritivos e depoimentos históricos extra bíblicos. [3] Como podemos observar, o

esforço empregado a favor do domingo como dia de descanso é quase sempre baseado

em textos que se referem à ressurreição de Cristo, embora nenhum deles, exceto o de

Mateus 28:1-6 declare o momento da ressurreição, e em textos que descrevem

momentos em que os cristãos primitivos estavam reunidos. Portanto, afirmar que Jesus

Cristo ressuscitou no domingo e usar isso para provar que esse dia é o dia de descanso

para os cristãos demonstra no mínimo, falta de respeito para com as regras de

interpretação da Bíblia e de compromisso para com a verdade de Deus.

 

II - A INTERPRETAÇÃO CORRETA

 

Antes de apresentarmos a interpretação correta, é importante conhecermos a história do

texto que faz parte da conclusão do capítulo 16. A explicação preferida dos teólogos

liberais para Marcos 16:9 envolve uma acirrada discussão sobre a veracidade de

manuscritos, como vemos no exemplo a seguir: Os dois melhores e mais antigos

manuscritos que conhecemos o Vaticano (B) e o Sinaitico (representado às vezes por S,

outras vezes pela letra hebraica alef) e os MS 304 omitem os versos 9- 20. A evidência do

manuscrito 2386 é inconclusiva, pois, além de omitir os versos 9-20, o manuscrito não

contém a última página (...). O resultado dos estudos críticos mais recentes, aceito pela

maioria dos estudiosos, é que os versos 9-20 não foram escritos pelo mesmo autor do

Evangelho, na seção que corresponde a Mar. 1.1-16.8, mas foram acrescentados, talvez

nos meados do segundo século de nossa era. [4] 

 

Champlin registra que: Quatro términos do evangelho segundo Marcos figuram-nos

manuscritos. Os últimos doze versículos do texto comumente recebido de Marcos se

fazem ausentes nos mais antigos manuscritos gregos. [5] Assim, seguem muitos

teólogos, afirmando que o trecho de Marcos 16:9-20 não foi escrito por Marcos. O que

não pode ser negado, entretanto, é que Marcos 16:9-20 existe em mais de 1800

manuscritos. E, sobre esse trecho, a opinião do respeitado teólogo Fritz Rienecker é

importante: Para a nossa vida de fé (...) os versículos 9-20 são palavras de Deus como

todos os outros versículos da Escritura, pois estão em nosso NT. [6] 

 

Agora, vamos à interpretação correta de Marcos 16:9. No original grego, o texto foi

escrito assim: 

 

A tradução Revista e Atualizada – RA – traduz esse texto desta forma: Havendo ele

ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria

madalena, da qual expelira sete demônios. A Edição Contemporânea, por sua vez, traduz

o texto assim: Tendo Jesus ressurgido de manhã cedo no primeiro dia da semana,

apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. Na Nova

Tradução na linguagem de Hoje – NTLH –, o texto está traduzido desta maneira: Jesus

ressuscitou no domingo bem cedo e apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem havia

expulsado sete demônios. Com base nessas traduções, Jesus teria ressuscitado no

domingo pela manhã. Mas a questão é: Essas traduções expressam o que está dito no

original grego? A resposta é: Não! No original, o início do versículo está escrito assim: A

tradução literal é esta: Tendo-se levantado,

( ) porém, cedo em primeiro sábado ...).

Perceba, estudante, que as traduções (dé), que equivale à conjunção adversativa 

tradicionais omitiram a conjunção é uma conjunção adversativa “porém” da língua

portuguesa. No grego, o termo e também pode ser aditiva, dependendo da oração.

Quando são adversativas, como neste caso, as conjunções têm como função, além de

ligar duas sentenças (sentenças coordenadas), firmar uma divergência de sentido da

segunda sentença em relação à primeira, ou seja, aquela se estabelece para ser uma

negação desta, por meio da conjunção, que carrega o sentido de contrariedade e que,

por isso, é chamada de adversativa. Ora, no texto bíblico em questão, a primeira

sentença – Tendo-se levantado – apresenta um primeiro evento: a ressurreição de

Jesus, sendo seguida da conjunção – porém – e da expressão adverbial de tempo – cedo

em primeiro sábado –, que é uma informação acrescentada à segunda sentença –

apareceu primeiro a Maria, a Madalena –, que apresenta um segundo evento: a aparição

do Senhor.

 

O que precisamos entender, agora, é por que a expressão adverbial de tempo – cedo em

primeiro do sábado – está para a segunda sentença e não para a primeira: A preferência

do escritor por uma conjunção adversativa, entre ambas as sentenças, é definitiva para a

interpretação correta deste texto, pois mostra que ambos os eventos estão em relação

de oposição, quanto ao momento de sua ocorrência, sendo que a conjunção adversativa

– porém – afeta especificamente a expressão temporal – cedo em primeiro do sábado –

que se segue à primeira sentença – Tendo-se levantado. Isso deixa claro que o autor, ao

invés estar afirmando que a ressurreição ocorrera em cedo em primeiro sábado, está, na

verdade, negando isso e, ao mesmo tempo, afirmando que esse momento refere-se ao

evento da aparição. Por essa razão, a expressão adverbial de tempo jamais poderia estar

para a primeira sentença. Em outras palavras, na primeira parte de Marcos 16:9, está-se

afirmando que Jesus ressuscitou, porém, estando ressurreto, no primeiro dia após o

sábado, apareceu a Maria madalena. O “primeiro dia após o sábado”, portanto, refere-se

ao seu aparecimento e não ao dia de sua ressurreição. 

 

Com isso, concorda Champlin: Este versículo leva-nos a aparição a Maria Madalena, o que

não é realmente mencionado nos evangelhos sinóticos, exceto agora, neste sumário. [7] 

 

Também, o Novo Comentário da Bíblia diz que o Trecho contém quatro seções: a aparição

a Maria Madalena (9-11); a aparição aos dois viajantes (12 e 13) a aparição aos onze (14-

18), a ascensão e exaltação (19 e20).[8] 

 

Em nenhuma dessas sessões o assunto é a ressurreição de Cristo no primeiro dia da

semana. Esses equívocos de traduções acontecem, em parte, porque a pontuação, nos

textos da Bíblia é atribuída ao arcebispo Langton, ainda no século XIII. Assim, quando o

texto foi escrito originalmente, não continha nenhuma pontuação. Isso quer dizer que

seu sentido deve ser sempre entendido pelo contexto. As traduções mais conhecidas

colocam uma vírgula após as palavras “primeiro dia da semana”, e, por essa razão, dão a

entender, erroneamente, que foi nesse dia que Jesus ressuscitou. Em outra parte,

percebe-se a má fé de pessoas que conhecem as regras de interpretação das Escrituras,

mas que preferem ignorá-las, quando lhes convém. 

 

Por outro lado, o Novo Testamento Interlinear apresenta a tradução correta: Tendo-se

levantado, porém, cedo em primeiro do sábado, apareceu primeiramente a Maria, a

Madalena, de quem havia lançado fora sete demônios. 

 

A Nova Versão Internacional omite o, porém, mas tem o mérito de colocar a vírgula no

lugar certo, respeitando o sentido correto do texto original: Quando Jesus ressuscitou, na

madrugada do primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria Madalena. Essas

versões honestas estão em total harmonia com o contexto imediato de Marcos 16, em

que os versículos 1, 2, 5,6, informam que, no domingo, pela manhã, quando as mulheres

foram ao sepulcro, bem cedo, o anjo lhes comunicou que Jesus já havia ressuscitado:

Depois que terminou o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, a mãe de Tiago,

compraram perfumes para perfumar o corpo de Jesus. No domingo, bem cedo, ao

nascer do sol, elas foram ao túmulo. Então elas entraram no túmulo e viram um moço

vestido de branco sentado no lado direito. Elas ficaram muito assustadas, mas ele disse:

—Não se assustem! Sei que vocês estão procurando Jesus de Nazaré, que foi crucificado;

mas ele não está aqui, pois já foi ressuscitado. Vejam o lugar onde ele foi posto. (NTLH)

 

Essa interpretação correta está totalmente alinhada com as narrativas dos demais

evangelistas, Mateus e Lucas (Mt 28:1-6; Lc 24:1-10), e com a narrativa mais detalhada

de João (20:1-18), que tem a seguinte seqüência: No v.1, Cristo se apresenta a Maria

Madalena no sepulcro, bem cedo; no v. 2 é dito que ela correu e foi avisar os discípulos;

nos vv. 3-9, Pedro e João vão, imediatamente, ao sepulcro e confirmam a notícia, mas

não vêem a Cristo; por isso, o v. 10 diz: Os discípulos voltaram para casa. Maria, porém,

ficou à entrada do sepulcro chorando. Ela ficou ali sozinha, até que Jesus Cristo se

apresentou a ela (vv. 11-17). Foi, exatamente, a esse encontro que Marcos se referiu, em

16:9. Como Pedro e João só viram o túmulo vazio, Maria Madalena, agora já tendo se

encontrando pessoalmente com o Salvador, foi outra vez aos discípulos e lhes disse: Eu

vi o Senhor; e contou-lhes o que ele lhe dissera (Jo 20:18). Esta é, amado estudante, a

verdadeira interpretação de Marcos 16:9: Jesus ressuscitou, conforme Mateus 28:1-6, ao

pôr-do-sol de sábado, e, quando Maria Madalena foi ao sepulcro, na manhã do primeiro

dia, lá foi Jesus e se apresentou a ela. Não temos, com esse texto, nenhuma prova de

que Jesus ressuscitou no domingo de manhã, e muito menos de que o domingo seja o

dia de repouso dos cristãos.

 

CONCLUSÃO: Vivemos um momento delicado no mundo cristão, em que muitas teologias

têm aparecido para enganar os filhos de Deus. O perigo é tão grande que o próprio Jesus

avisou que, se possível, os eleitos seriam enganados (Mt 24:24). Diante dessa avalanche

de heresias e enganos, precisamos nos firmar em Cristo, através do conhecimento

perfeito de sua Palavra. Essa luz nos dará condições para nos livrarmos das trevas

espirituais que cobrem os corações enganadores e enganados. A verdade é essa luz que

ilumina o caminho da vida (Pv 6:23). Por essa razão, reafirmamos nossa atitude de não

alterarmos os fundamentos da lei de Deus, porque é santa; e o mandamento, santo, e

justo, e bom (Rm 7:12). Na Lei, nos dez mandamentos, o dia de descanso não é o

domingo, mas, sim, o sétimo dia da semana. Não se trata de um decreto humano, mas

divino: A parte legal consiste dos dez mandamentos que formam a lei fundamental da

teocracia e dos estatutos que nele se baseiam. [9] O doador dos dez mandamentos é

Deus. Moisés é apenas o transmissor ao povo. Não o seu autor. Este é Deus. ”[10]

 

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